sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Eu tuito, tu tuitas, ...
Caramba!!! Acabei a 2a temporada de "Heroes" em uma lapada só (na verdade 3). Até que não é tão ruim assim. Mais uma escravização pra conta.
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Eu tuito, tu tuitas, ...
Um dia eu era feliz; aí veio a Sra. Lauffer e me apresentou o MMs de amendoim. Hoje sou feliz e viciado nesse troço! :-)
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Fotos Curiosas (Parte 17)
Eu me considero um nerd. Convicto. Não sou daqueles que sabe até a data de nascimento de todos os personagens de "Guerra nas Estrelas" e nem falo Klingon. Mas é vendo umas dessas que comprovo que tenho um loooooooooooooooooongo caminho a percorrer. :-)
Pra quem não ligou o nome à pessoa, clica aqui.
Abraços!
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Ao Leitor com Carinho by Silvia
Resolvi escrever respondendo uma pergunta de um de nossos leitores. Digamos que é algo bem incomum vindo de mim, sou "egoísta" e escrevo quando eu tenho vontade e sobre o que eu tenho vontade, deixo o Gleydin responder aos inquéritos (rerere).
Mas como a pergunta foi sobre um assunto delicioso que está tomando conta de todo o tempo e espaço livre que meu cérebro ainda tem, vou abrir uma exceção.
Chocólatra perguntou sobre "parteira" e gravidez:
Bão, vamos por partes. Sim, nós estamos satisfeitos com a nossa médica. Também conhecemos gente que não gosta dela, e alguns amigos que não gostam de médico "lato sensu". Outra coisa que eu sempre falo, nós somos pessoas extremamente saudáveis, graças a Deus, então as possibilidades de desapontamento e frustração são bem pequenas.
Assim que tu chegares nós te passaremos os contatos dela sem problema nenhum.
Quanto as semanas do Liam (lê-se Líam e não Liã), ele está com 21 semanas e meia e crescendo junto com a mamãe. Agora já dá até pra sentir que estamos grávidos. Pena que ele faz greve e quando o papai chega perto ele para de mexer; deve ser uma questão de personalidade mesmo antes de nascer ele já gosta de zuar o papai (rerere).
Quanto a achar uma "parteira" não. Eu sou muito brasileira e medrosa pra usar este tipo de serviço. Meu negócio é médico mesmo, hospital, anestesia... Claro que existem parteiras aqui que fazem o parto no hospital, mas caso a dor seja maior do que eu consiga agüentar nada de optar por uma periduralzinha básica, ou seja, não é pra mim.
Já peço desculpas antecipadamente pra quem gosta da idéia de ter filhos em casa, mas pra mim isso não serve. Concordo em gênero, número e grau com a nossa médica de família (que não é obstetra): em 90% dos casos não acontece nada e o neném nasce de maneira natural mesmo, mas como que eu vou ter certeza que não sou parte dos outros 10%? Melhor não arriscar, ainda mais sabendo que o maridinho amado nasceu com 4 quilos e meio.
Resumindo, já tenho obstetra sim, embora não seja ela que vá fazer o meu parto, porque ela também está grávida com o neném nascendo coisa de 2 semanas antes do nosso. Já sei, isto assustou pelo menos a metade dos nossos leitores: "Como assim ela está fazendo o pré-natal já sabendo que a médica não vai fazer o parto dela!!! Esta mulher é louca!!!" Talvez eu seja mesmo, quem sabe...
Talvez a tranquilidade do Gleydin é contagiante e eu tenha ficado mais zen depois de tantos anos de convivência. Mas o fato é o seguinte, vou fazer parto normal, que pode demorar um bom bocado. Na maternidade que o neném vai nascer os médicos fazem um sistema de plantão de 24hs, porque alguns deles já tiveram que ficar 72 horas no hospital esperando um parto e perceberam que é melhor ter um médico descansado que tu conheceste apenas uma vez, em uma reunião, do que o teu médico de confiança tropeçando de sono. Ou seja, esteja a obstetra saindo de licença ou não, a probabilidade de eu ter ela de plantão no dia que o neném resolver nascer é de 1 pra 6, então não faz muita diferença.
Médico não me tranquiliza, tem só duas pessoas que conseguem fazer isto, o Gleydin e o meu pai. Meu pai não vai estar na sala de parto comigo mesmo, logo, a única pessoa que eu faço questão que esteja lá é o Gleydin, o resto é coadjuvante. Estando dentro do hospital para caso algo aconteça ter pra onde correr me basta.
Outra curiosidade, minhas amigas canadenses me perguntaram se meus pais vão estar presentes no parto já que eles virão. Eu com toda a minha delicadeza respondi que isso era coisa de gringo não era pra mim. Elas racharam o bico de rir.
Bão, espero que tenha sido informativo o suficiente. Se não foi aqui vai um link para o livreto que o governo de BC distribui Baby's Best Chance.
Outro link interessante é o do hospital, pra quem mora em Vancouver é claro, BC Women's Hospital.
Agora uma fotinha do Liam com 19 semanas e uma da pança de mamute que carrega o Liam com 21.
19 semanas
21 semanas
Mas como a pergunta foi sobre um assunto delicioso que está tomando conta de todo o tempo e espaço livre que meu cérebro ainda tem, vou abrir uma exceção.
Chocólatra perguntou sobre "parteira" e gravidez:
Bão, vamos por partes. Sim, nós estamos satisfeitos com a nossa médica. Também conhecemos gente que não gosta dela, e alguns amigos que não gostam de médico "lato sensu". Outra coisa que eu sempre falo, nós somos pessoas extremamente saudáveis, graças a Deus, então as possibilidades de desapontamento e frustração são bem pequenas.
Assim que tu chegares nós te passaremos os contatos dela sem problema nenhum.
Quanto as semanas do Liam (lê-se Líam e não Liã), ele está com 21 semanas e meia e crescendo junto com a mamãe. Agora já dá até pra sentir que estamos grávidos. Pena que ele faz greve e quando o papai chega perto ele para de mexer; deve ser uma questão de personalidade mesmo antes de nascer ele já gosta de zuar o papai (rerere).
Quanto a achar uma "parteira" não. Eu sou muito brasileira e medrosa pra usar este tipo de serviço. Meu negócio é médico mesmo, hospital, anestesia... Claro que existem parteiras aqui que fazem o parto no hospital, mas caso a dor seja maior do que eu consiga agüentar nada de optar por uma periduralzinha básica, ou seja, não é pra mim.
Já peço desculpas antecipadamente pra quem gosta da idéia de ter filhos em casa, mas pra mim isso não serve. Concordo em gênero, número e grau com a nossa médica de família (que não é obstetra): em 90% dos casos não acontece nada e o neném nasce de maneira natural mesmo, mas como que eu vou ter certeza que não sou parte dos outros 10%? Melhor não arriscar, ainda mais sabendo que o maridinho amado nasceu com 4 quilos e meio.
Resumindo, já tenho obstetra sim, embora não seja ela que vá fazer o meu parto, porque ela também está grávida com o neném nascendo coisa de 2 semanas antes do nosso. Já sei, isto assustou pelo menos a metade dos nossos leitores: "Como assim ela está fazendo o pré-natal já sabendo que a médica não vai fazer o parto dela!!! Esta mulher é louca!!!" Talvez eu seja mesmo, quem sabe...
Talvez a tranquilidade do Gleydin é contagiante e eu tenha ficado mais zen depois de tantos anos de convivência. Mas o fato é o seguinte, vou fazer parto normal, que pode demorar um bom bocado. Na maternidade que o neném vai nascer os médicos fazem um sistema de plantão de 24hs, porque alguns deles já tiveram que ficar 72 horas no hospital esperando um parto e perceberam que é melhor ter um médico descansado que tu conheceste apenas uma vez, em uma reunião, do que o teu médico de confiança tropeçando de sono. Ou seja, esteja a obstetra saindo de licença ou não, a probabilidade de eu ter ela de plantão no dia que o neném resolver nascer é de 1 pra 6, então não faz muita diferença.
Médico não me tranquiliza, tem só duas pessoas que conseguem fazer isto, o Gleydin e o meu pai. Meu pai não vai estar na sala de parto comigo mesmo, logo, a única pessoa que eu faço questão que esteja lá é o Gleydin, o resto é coadjuvante. Estando dentro do hospital para caso algo aconteça ter pra onde correr me basta.
Outra curiosidade, minhas amigas canadenses me perguntaram se meus pais vão estar presentes no parto já que eles virão. Eu com toda a minha delicadeza respondi que isso era coisa de gringo não era pra mim. Elas racharam o bico de rir.
Bão, espero que tenha sido informativo o suficiente. Se não foi aqui vai um link para o livreto que o governo de BC distribui Baby's Best Chance.
Outro link interessante é o do hospital, pra quem mora em Vancouver é claro, BC Women's Hospital.
Agora uma fotinha do Liam com 19 semanas e uma da pança de mamute que carrega o Liam com 21.
terça-feira, 18 de agosto de 2009
O dia que (não) andei no metrô novo...
Lá fui eu todo empolgado com a inauguração da nova linha de metrô na segunda passada. Não era só eu o empolgado. Quando cheguei na estação terminal, devia ter coisa de umas 2.000 pessoas na fila... Ahhh... Esqueci de falar que era de graça.


É claro também que tinha toda a "motivação" de se andar no primeiríssimo dia. BLÁ!
Acabei voltando pra casa de ônibus! :-(
P.S.: a primeira foto sim, foi hoje a minha estréia na linha nova. ÊÊÊ!!! É bem bacana o trem novo.
Abraços!
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Fotos Curiosas (Parte 16)
Fomos ao Hockey Hall of Fame em Toronto (sim, fomos a Toronto já faz um tempinho) e em uma parede cheia de pucks, olha o que 'tava lá:



Bom, nem tão curiosas assim, mas é que provavelmente pouca gente que passa por aqui lembra de coisas que aconteceram lá pelos idos de 1989. Ou não dava bola mesmo. Rererererere...
Abraços!



Bom, nem tão curiosas assim, mas é que provavelmente pouca gente que passa por aqui lembra de coisas que aconteceram lá pelos idos de 1989. Ou não dava bola mesmo. Rererererere...
Abraços!
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
PFF (2)
Marie Curie - Como é a vida de um "eco-chato"?
Gleydson - Deve ser chata pacas! Rererererere... Dá um pouco mais de trabalho, mas recompensa. E olha que eu fico me chamando de "eco-chato", mas perto de alguns eu sou um mero batedor de carteira. Com toda essa parafernália criada por conta do "aquecimento global", acho que temos que fazer o mínimo pelo menos pra ajudar nossa casinha a não torrar de vez. Ajudar a natureza de uma forma geral não vai fazer mal a ninguém! Em Vancouver existem alguns, digamos, "incentivos" pra que você comece a ser um "eco-chato". Na maioria dos supermercados que você vai, eles te cobram a sacola; se você compra um refrigerante envasado em garrafa plástica, eles te cobram; se você compra uma cervejinha na "liquor store", eles te cobram o casco e/ou a latinha. O incentivo é que se você retornar as garrafas e latas eles te devolvem a grana. São centavos, é verdade, mas de que outra forma eles te dariam motivo pra ser "eco-chato"? Mexendo no órgão que mais dói no corpo humano: O BOLSO! Sem contar que existem lugares que você pode retornar praticamente qualquer tipo de embalagem pra reciclagem. Não se esqueça também que tem uma casquinha cobrada a mais também no combustível. MAS, se você opta por comprar um carro híbrido, você ganha um descontinho do governo. O seu passe mensal de ônibus entra no imposto de renda pra engrossar a restituição.
Pra não falar que é firula de brasileiro metido "do estrangeiro" (Rererere...) no Brasil mesmo eu já tinha comigo várias medidas dessas, como por exemplo separar os recicláveis e não jogar pilhas e baterias no lixo comum.
Recomendo muito uma olhada no filme do Al Gore - An Inconvenient Truth - (assustador!!!) e uma visita na página do cara - Climate Crisis -, especialmente na parte onde ele resume o que se pode fazer a respeito - Climate Crisis: Take Action. São desde coisas simples como fechar a torneira enquanto lava a louça até comprar somente produtos colhidos o mais próximo possível da sua residência. Mas aí você me diz: "mas é muito mais caro!!!" Claro que sim! Exatamente porque o produtor local não tem as mesmas boiadas dos grandões que podem colocar seus preços lá no chão. Se todo mundo começar a comprar local, a demanda aumenta junto com a produção e o preço cai.
E aí? Vale ou não vale a pena fazer uma forcinha e começar a ser um "eco-chato júnior"?
Gleydson - Deve ser chata pacas! Rererererere... Dá um pouco mais de trabalho, mas recompensa. E olha que eu fico me chamando de "eco-chato", mas perto de alguns eu sou um mero batedor de carteira. Com toda essa parafernália criada por conta do "aquecimento global", acho que temos que fazer o mínimo pelo menos pra ajudar nossa casinha a não torrar de vez. Ajudar a natureza de uma forma geral não vai fazer mal a ninguém! Em Vancouver existem alguns, digamos, "incentivos" pra que você comece a ser um "eco-chato". Na maioria dos supermercados que você vai, eles te cobram a sacola; se você compra um refrigerante envasado em garrafa plástica, eles te cobram; se você compra uma cervejinha na "liquor store", eles te cobram o casco e/ou a latinha. O incentivo é que se você retornar as garrafas e latas eles te devolvem a grana. São centavos, é verdade, mas de que outra forma eles te dariam motivo pra ser "eco-chato"? Mexendo no órgão que mais dói no corpo humano: O BOLSO! Sem contar que existem lugares que você pode retornar praticamente qualquer tipo de embalagem pra reciclagem. Não se esqueça também que tem uma casquinha cobrada a mais também no combustível. MAS, se você opta por comprar um carro híbrido, você ganha um descontinho do governo. O seu passe mensal de ônibus entra no imposto de renda pra engrossar a restituição.
Pra não falar que é firula de brasileiro metido "do estrangeiro" (Rererere...) no Brasil mesmo eu já tinha comigo várias medidas dessas, como por exemplo separar os recicláveis e não jogar pilhas e baterias no lixo comum.
Recomendo muito uma olhada no filme do Al Gore - An Inconvenient Truth - (assustador!!!) e uma visita na página do cara - Climate Crisis -, especialmente na parte onde ele resume o que se pode fazer a respeito - Climate Crisis: Take Action. São desde coisas simples como fechar a torneira enquanto lava a louça até comprar somente produtos colhidos o mais próximo possível da sua residência. Mas aí você me diz: "mas é muito mais caro!!!" Claro que sim! Exatamente porque o produtor local não tem as mesmas boiadas dos grandões que podem colocar seus preços lá no chão. Se todo mundo começar a comprar local, a demanda aumenta junto com a produção e o preço cai.
E aí? Vale ou não vale a pena fazer uma forcinha e começar a ser um "eco-chato júnior"?
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Ao Leitor com Carinho
Olá pessoal! Tudo bem com todo mundo?
Depois de um "período eufórico blogal", veio a calmaria. Tomara que embale de novo. :-) Aproveitar pra dar umas palhinhas a vocês que com muita paciência e só com um pouquinho a mais de boa vontade deixam um comentário vez em quando. E alguns desses ainda deixam umas perguntinhas. A saber:
A Chocólatra perguntou o que é que se faz no verão por aqui: olha, Chocólatra... A melhor pergunta seria: o que NÃO se faz no verão? :-) É tanto festival, passeata, festa, praia, caminhada, parque que, falando sério, chega no fim de semana e fica complicado focar no que se vai fazer. E é tanta gente nessa cidade nesse período que fica tudo mais vivo ainda! Parece um formigueiro essa Downtown. No verão de 2010 você me conta. ;-) Semana passada, por exemplo, 'tava rolando o festival japonês, o campeonato de fogos de artifício e as olimpíadas da polícia e dos bombeiros.
Outra coisa que influencia muito é que o povo vancouverite é muito "outdoorsy", i.e., faça chuva, sol, neve, vento, tempestade de raio, que o povo 'tá na rua. Você abre a janela 6:00 da madrugada no inverno (!!!) e tem gente fazendo cooper. Sim, as pessoas aproveitam muuuuuuito mais, levando ainda em conta a questão que lá fora você 'tá seguro. Sorveteria? Aos montes!!! ;-)
Outra cosita, antes que me esqueça: o PIOR verão da minha vida foi exatamente na cidade de Porto Alegre, em janeiro de 2006: sem vento, chuva, ar condicionado... E olha que já morei no Rio também e nunca vi nada igual. No Rio sempre tem aquela brisa gostosa. Em "Forno Alegre" só o mormaço. AFFF...
A Luciana e o Marcelo, conterrâneos lá de Brasília também fizeram uma perguntinha a respeito do verão: sim!!! A temperatura desse lado é maravilhosa pra quem ama o frio! Rerererere... Eu sou um amante passional! Me faz bem demais... Exatamente o oposto do calorão. Neeeeemmm... O melhor é que em Vancouver não faz o frio absurdo de Toronto e nem o calorão monstro de Nova Iorque, pra citar essas duas. Claro que, de acordo com nosso último post, o bicho pega, mas em um verão de 3 meses você ter 1, 2 semanas com esse incômodo não dá nada. Só que o detalhe desse ano é que 'tava úmido também. Teve até tempestade de raio!!! Sei que vários recordes de altas foram registrados Colúmbia Britânica afora. Já passou. Reza a lenda que 'tá pintando outro "El Niño". Vamos ver.
Minha amiga Ravs pediu pra arrumar uma foto da tal da "ViseiraZilla": Rav, minha querida amiga, passamos perto de arrumar uma. Rererererere... O Guto e a Luciene viram, depois eles te dão os detalhes. Fica meio estranho eu apontar a câmera pra uma dessas e lascar uma foto. Rererererere... A caçada continua. Obrigado pela assiduidade, viu. Parabéns pelo neném por aqui também!!!
A Flávia fez duas perguntinhas: a chuva e as gangues: sobre a chuva, Flávia, eu fiz um postezinho uns tempos atrás - "Mas... E a chuva?!?" Espero que esclareça. ;-)
Das gangues, te digo que no começo desse ano tinha uma guerra rolando. Se não me engano o saldo ficou em 11 vítimas, o que confere a Vancouver o título de a cidade mais violenta do Canadá. É verdade.
Não se preocupe que isso é muito localizado; pelo que vejo nos jornais, todos esses crimes foram "à lá" máfia mesmo. É o chefe que toma o controle do outro, que toma do outro, que toma do outro... E 'tá tudo relacionado ao tráfico de drogas. Sim!!! Não é o paraíso na terra. Rerererere... Brincadeiras à parte, vez ou outra isso vai acabar acontecendo, infelizmente. Enquanto existir gente usando, vai existir gente vendendo. E Vancouver é um dos maiores portos de entrada de mercadorias da América do Norte, então você já pode imaginar que outros tipos de bens de consumo entrem com maior liberdade por aqui também.
Volto a repetir: não se preocupe! A principal diferença da criminalidade no Brasil pra cá é que raramente você vai ouvir falar de um crime contra a pessoa. Agora, gente invadindo casa, quebrando vidro de carro e roubando loja sempre vai ter. E qual a finalidade? Adivinha pra comprar o quê?
Obrigado pessoal pelos minutinhos dispensados pelo nosso bloguezinho. Obrigado mesmo! E lembrando que são os comentários de vocês é que impulsionam discussões e dão mais combustível pra gente continuar escrevendo. Comentem à vontade. Quanto mais, mais.
Abraços!
Depois de um "período eufórico blogal", veio a calmaria. Tomara que embale de novo. :-) Aproveitar pra dar umas palhinhas a vocês que com muita paciência e só com um pouquinho a mais de boa vontade deixam um comentário vez em quando. E alguns desses ainda deixam umas perguntinhas. A saber:
A Chocólatra perguntou o que é que se faz no verão por aqui: olha, Chocólatra... A melhor pergunta seria: o que NÃO se faz no verão? :-) É tanto festival, passeata, festa, praia, caminhada, parque que, falando sério, chega no fim de semana e fica complicado focar no que se vai fazer. E é tanta gente nessa cidade nesse período que fica tudo mais vivo ainda! Parece um formigueiro essa Downtown. No verão de 2010 você me conta. ;-) Semana passada, por exemplo, 'tava rolando o festival japonês, o campeonato de fogos de artifício e as olimpíadas da polícia e dos bombeiros.
Outra coisa que influencia muito é que o povo vancouverite é muito "outdoorsy", i.e., faça chuva, sol, neve, vento, tempestade de raio, que o povo 'tá na rua. Você abre a janela 6:00 da madrugada no inverno (!!!) e tem gente fazendo cooper. Sim, as pessoas aproveitam muuuuuuito mais, levando ainda em conta a questão que lá fora você 'tá seguro. Sorveteria? Aos montes!!! ;-)
Outra cosita, antes que me esqueça: o PIOR verão da minha vida foi exatamente na cidade de Porto Alegre, em janeiro de 2006: sem vento, chuva, ar condicionado... E olha que já morei no Rio também e nunca vi nada igual. No Rio sempre tem aquela brisa gostosa. Em "Forno Alegre" só o mormaço. AFFF...
A Luciana e o Marcelo, conterrâneos lá de Brasília também fizeram uma perguntinha a respeito do verão: sim!!! A temperatura desse lado é maravilhosa pra quem ama o frio! Rerererere... Eu sou um amante passional! Me faz bem demais... Exatamente o oposto do calorão. Neeeeemmm... O melhor é que em Vancouver não faz o frio absurdo de Toronto e nem o calorão monstro de Nova Iorque, pra citar essas duas. Claro que, de acordo com nosso último post, o bicho pega, mas em um verão de 3 meses você ter 1, 2 semanas com esse incômodo não dá nada. Só que o detalhe desse ano é que 'tava úmido também. Teve até tempestade de raio!!! Sei que vários recordes de altas foram registrados Colúmbia Britânica afora. Já passou. Reza a lenda que 'tá pintando outro "El Niño". Vamos ver.
Minha amiga Ravs pediu pra arrumar uma foto da tal da "ViseiraZilla": Rav, minha querida amiga, passamos perto de arrumar uma. Rererererere... O Guto e a Luciene viram, depois eles te dão os detalhes. Fica meio estranho eu apontar a câmera pra uma dessas e lascar uma foto. Rererererere... A caçada continua. Obrigado pela assiduidade, viu. Parabéns pelo neném por aqui também!!!
A Flávia fez duas perguntinhas: a chuva e as gangues: sobre a chuva, Flávia, eu fiz um postezinho uns tempos atrás - "Mas... E a chuva?!?" Espero que esclareça. ;-)
Das gangues, te digo que no começo desse ano tinha uma guerra rolando. Se não me engano o saldo ficou em 11 vítimas, o que confere a Vancouver o título de a cidade mais violenta do Canadá. É verdade.
Não se preocupe que isso é muito localizado; pelo que vejo nos jornais, todos esses crimes foram "à lá" máfia mesmo. É o chefe que toma o controle do outro, que toma do outro, que toma do outro... E 'tá tudo relacionado ao tráfico de drogas. Sim!!! Não é o paraíso na terra. Rerererere... Brincadeiras à parte, vez ou outra isso vai acabar acontecendo, infelizmente. Enquanto existir gente usando, vai existir gente vendendo. E Vancouver é um dos maiores portos de entrada de mercadorias da América do Norte, então você já pode imaginar que outros tipos de bens de consumo entrem com maior liberdade por aqui também.
Volto a repetir: não se preocupe! A principal diferença da criminalidade no Brasil pra cá é que raramente você vai ouvir falar de um crime contra a pessoa. Agora, gente invadindo casa, quebrando vidro de carro e roubando loja sempre vai ter. E qual a finalidade? Adivinha pra comprar o quê?
Obrigado pessoal pelos minutinhos dispensados pelo nosso bloguezinho. Obrigado mesmo! E lembrando que são os comentários de vocês é que impulsionam discussões e dão mais combustível pra gente continuar escrevendo. Comentem à vontade. Quanto mais, mais.
Abraços!
terça-feira, 28 de julho de 2009
O Calor
Nós já comentamos várias vezes que não somos muito fãs de calor.
As pessoas aqui nos perguntam: "Como vocês saíram do Brasil um país quente para vir morar no Canadá? Vocês devem sentir muita falta!"
Eu sempre disse que calor é bom nas férias. Até ser corrigida, muito propriamente diga-se de passagem, pelo Gleydin: "Calor é bom nas férias quando se está na praia." Assim como as pessoas se assustam muito com o frio daqui, também não acreditam no calor que pode fazer no verão. Então resolvi dedicar este poste a ele, O CALOR.
Vancouver tem temporaturas mais amenas que o restante do país, com bem pouca variação. É bem verdade que a média do verão é em torno de 25 graus, mas isto não significa que não faça umas 2 semanas de verão escaldantes. Sorte que pra isto existe ar condicionado.
Esta semana a coisa está muito mais quente do que gostaria, aí vai uma pequena amostra de como as coisas andam por aqui (reparem no "feels like"):

Temperatura em Vancouver via Weather Forecast
Até mais!
As pessoas aqui nos perguntam: "Como vocês saíram do Brasil um país quente para vir morar no Canadá? Vocês devem sentir muita falta!"
Eu sempre disse que calor é bom nas férias. Até ser corrigida, muito propriamente diga-se de passagem, pelo Gleydin: "Calor é bom nas férias quando se está na praia." Assim como as pessoas se assustam muito com o frio daqui, também não acreditam no calor que pode fazer no verão. Então resolvi dedicar este poste a ele, O CALOR.
Vancouver tem temporaturas mais amenas que o restante do país, com bem pouca variação. É bem verdade que a média do verão é em torno de 25 graus, mas isto não significa que não faça umas 2 semanas de verão escaldantes. Sorte que pra isto existe ar condicionado.
Esta semana a coisa está muito mais quente do que gostaria, aí vai uma pequena amostra de como as coisas andam por aqui (reparem no "feels like"):

Temperatura em Vancouver via Weather Forecast
Até mais!
sábado, 25 de julho de 2009
Complementando...
segunda-feira, 20 de julho de 2009
PFF* (1)
Tyler Durden** - É verdade que no verão o pessoal aí anda com máscaras de soldador na rua?
Gleydson - Olha Tyler, isso não é um "fenômeno" exclusivo do verão não. Na verdade algumas pessoas tem verdadeiro horror a sol, ao contrário da maioria que fica babando por cada segundo extra do lado de fora. Então, se o dia estiver claro, só isso basta pra observarmos essas "peculiaridades" pra todo lado. E aquelas "proteções" não são máscaras de soldador não. Rerererere... Na verdade são umas viseiras gigantescas que servem também como uma espécie de óculos escuros. Claro que não deixa de ser engraçado ver umas velhinhas com aquilo na cara. Você fica só esperando aparecer o maçarico. Rerererere... Acho que o guarda-chuva ainda fica melhor.
* PFF = Perguntas Frequentemente Feitas, ou as famosas "FAQ".
** Os nomes foram trocados para preservar a identidade dos envolvidos. :-P
Abraços!
Gleydson - Olha Tyler, isso não é um "fenômeno" exclusivo do verão não. Na verdade algumas pessoas tem verdadeiro horror a sol, ao contrário da maioria que fica babando por cada segundo extra do lado de fora. Então, se o dia estiver claro, só isso basta pra observarmos essas "peculiaridades" pra todo lado. E aquelas "proteções" não são máscaras de soldador não. Rerererere... Na verdade são umas viseiras gigantescas que servem também como uma espécie de óculos escuros. Claro que não deixa de ser engraçado ver umas velhinhas com aquilo na cara. Você fica só esperando aparecer o maçarico. Rerererere... Acho que o guarda-chuva ainda fica melhor.
* PFF = Perguntas Frequentemente Feitas, ou as famosas "FAQ".
** Os nomes foram trocados para preservar a identidade dos envolvidos. :-P
Abraços!
quinta-feira, 16 de julho de 2009
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Impressões por Silvia
Bom, meu maridinho lindo fala que eu abandonei nosso blog. Ele tem razão.
Faz um tempão que não passo por aqui, ando com muita coisa na cabeça e sem muita paciência para parar e escrever algo. Outra questão é que a rotina se instalou e como escrever no blog não faz parte da minha rotina acabou ficando pra depois.
Vou falar de algo bem mundano. Minhas impressões nestes dois anos de Canadá. O Gleydin já fez a sua bastante abrangente comparação entre os dois países. Nosso amado verdelindo e nosso escolhido Canadá. Minhas impressões serão mais pessoais e poderão aborrecer muita gente. Já me desculpo por antecipação, aos que acompanham o blog desde o começo sabem que minhas intenções sempre foram colocar minhas impressões pessoais. Aos nossos novos leitores, vocês irão notar uma diferença talvez gritante no estilo e abordagem.
Comida
Adoro este tópico, além de ser muito amplo e pessoal, é gostoso. Digo e repito, não tenho problemas com esta criança. ‘Tá certo que abril e maio foram meio sofridos para mim, mas por motivos outros. Tenho a minha panela de pressão pra fazer feijão quando estou com paciência. Sinto falta sim de frituras, do bolinho de bacalhau, bolinho de arroz, bolinho de batata, croquete, pastel... mas todos estes eu sei fazer, só não faço pela danada da cozinha americana. Sempre detestei ficar com a casa cheirando a comida, cado louco com a sua mania.
Confesso que ultimamente estou preferindo comer em casa, fazer uma comidinha simples mesmo do que sair pra comer. Bate aquela vontade de comer um carreteiro, uma galinhada... Isto tudo sei e bem direitinho (perguntem para o Gleydin), mas se não fizer a vontade também passa.
Quanto a qualidade das coisas. Carnes e leites são mais gostosos no Brasil, sem dúvida. Agora descobrimos um leite orgânico e local (caro pra chuchu) mas que é mais gostoso. Descobrimos também um restaurante vietnamita que faz arroz com peixe frito, muito bom, dá até pra enganar.
Falando de frutas a coisa já muda de figura, infelizmente no nosso Brasil o melhor vai para exportação. Credo, como as frutas no Brasil estão feias, não me deu vontade de comer nem maçã quando estava lá. Verdade que na feira em São Paulo as coisas já melhoram muito, mas fiquei lá só 2 dias, então não deu pra matar a saudade ou apagar a má impressão do Sacolão e do Supermercado. Confesso que matei a saudade da banana prata, a única que gosto.
Saúde
Ah! Minha saúde...
Bom, aproveitando a oportunidade de falar sobre saúde vou dar a notícia. Estamos grávidos e saltitantes.
Como sempre falo para o Gleydson, “não sei se a gente dá muita sorte ou o pessoal quer um psicólogo no lugar de um médico” (desculpem a franqueza). Até agora não tenho do que reclamar dos nossos médicos.
Eu sempre fui acostumada a ter um clínico geral no Brasil, então o fato de não me mandarem ou não poder escolher um especialista livremente não me incomoda. Meu médico em Uberlândia já me tratou de picada de inseto, crise de sinusite, infecção respiratória, vômitos, insônia e por aí vai. Quando ele não conseguia resolver o problema ele me mandava para o especialista (ex.: remover minhas amídalas).
Quantas vezes no Brasil já fui em especialista ruim e “genérico” bom, então não reclamo não. Já tive que usar o SUS da pátria amada e, cá entre nós, ainda bem que existe! Mas não dá pra comparar o SUS com o plano de BC (que não é gratuito pra quem pode pagar). Digo ainda bem que existe porque no SUS não se dá aspirina pra paciente de câncer e manda ele pra casa porque ele não tem plano de saúde (coisas que acontecem no nosso vizinho aqui do sul).
Estou fazendo o meu pré-natal aqui. Muito tranquilo. As brasileiras amigas minhas ficam doidas quando eu falo que o padrão aqui é um único ultrassom entre 18 e 20 semanas de gravidez, onde eles já fazem o morfológico. Confesso que eu também estranhei, queria saber se estava tudo bem, se o neném estava se desenvolvendo. Minha médica é brasileira, então ela pediu um ultrassom com 9 semanas pra ver como estavam as coisas e averiguar a idade do até então embrião (agora ele foi promovido, já é feto).
Quanto a impossibilidade de fazer cesariana. As coisas não são bem assim, eles não te dão a opção de cesariana, mas se der qualquer complicação eles abrem e arrancam o bebê lá de dentro mesmo. Temos a opção de um parto 100% natural (acho que não consigo) ou com uso de anestesia, gás do riso, entre outros analgésicos, e isto é escolha da mãe.
Não é como nos EUA, pelo menos não no hospital que eu vou ter o neném. Nada da família inteira assistindo a tu te estribuchar. Mais uma vez a escolha é da mãe, se ela quiser o pai do neném pode estar presente (o que eles aconselham), além do pai, ela pode ter mais um adulto a sua escolha. Digo adulto porque se você tiver outros filhos e quiser que eles participem não há restrição nenhuma, mas repito, a escolha é da mãe (desculpa papai).
No mais graças a Deus somos muito saudáveis, logo nunca tivemos problemas. As chamadas “walk-in clinics” normalmente têm uma espera de 20 a 30 min. Nunca enfrentei mais que isto e sempre fui muito bem atendida.
Idioma
Não tenho problemas com esta criança. Sei que é bem complicado para as pessoas que chegam aqui sem falar nada, mas minha dica é a seguinte: não tenha medo de errar. Errando a gente aprende. Agora estou numa fase de pegar as sutilezas das coisas. Coisas que são certas gramaticalmente mas soam mal pra caramba no ouvido dos nativos.
Outra questão interessante é que o sotaque aqui de Vancouver é bem diferente dos que eu já conheci nos Estados Unidos. É engraçado ver eles não entendendo americano, australiano e britânico, me sinto até bem! kkkk...
Adoro línguas e sempre fui fascinada pelo inglês, ou seja, sem traumas ou reclamações. Diria que melhorando a cada dia. A parte que me deixa um pouco nervosa é filtrar as ligações que vão para o meu chefe. Quando as pessoas chegam a mim muitas vezes já estão estressadas pela recepção ou pelo simples fato de não conseguirem falar direto com ele. Já tive que dar uns esculachos numas figuras, é brabo fazer isto em outra língua, mas acabou dando certo.
Trabalho
Só duas observações:
1. Gosto do meu trabalho; e,
2. Prefiro chefe canadense.
Finaleira
Escolhemos esta cidade para viver e estou feliz com a nossa escolha. A vida pode nos levar para outros lugares, mas me sinto em casa. Quando vou ao Brasil tenho muita vontade de voltar para a casa (nosso apartamentozinho), aqui me sinto feliz e aceita.
Estou construindo boas amizades e morro de saudades das que ficaram no Brasil. A família vai ser meu calcanhar de Aquiles eterno, não dá pra não sentir falta e lamentar a distância de vez em quando. A saudade aperta tanto que até doi, mas só fazer minha mãe aprender a usar o computador já valeu a pena a mudança.
Trazer nosso neném ao mundo sem apoio próximo assusta, mas também não apavora. Ou sou doida ou muito tranquila mesmo, não acho que seria muito diferente se estivéssemos no Brasil, afinal nunca moramos próximos aos nossos pais. Sempre fui da opinião que quem tem que cuidar de filho é pai e mãe, aqui apenas não teremos outra escolha.
Uma pergunta que ouço muito: "Tu vais ter o teu filho no Brasil ou no Canadá?" Gente, não tem nem que perguntar. Minha vida é aqui. Além de eu ter que me acostumar com as coisas como elas são aqui tem o fato de que a criança adquire dupla nacionalidade imediata. Se nascer no Brasil, tem que passar por todo o processo de imigração, já que não somos cidadãos canadenses.
Até a próxima só Deus sabe quando.
Faz um tempão que não passo por aqui, ando com muita coisa na cabeça e sem muita paciência para parar e escrever algo. Outra questão é que a rotina se instalou e como escrever no blog não faz parte da minha rotina acabou ficando pra depois.
Vou falar de algo bem mundano. Minhas impressões nestes dois anos de Canadá. O Gleydin já fez a sua bastante abrangente comparação entre os dois países. Nosso amado verdelindo e nosso escolhido Canadá. Minhas impressões serão mais pessoais e poderão aborrecer muita gente. Já me desculpo por antecipação, aos que acompanham o blog desde o começo sabem que minhas intenções sempre foram colocar minhas impressões pessoais. Aos nossos novos leitores, vocês irão notar uma diferença talvez gritante no estilo e abordagem.
Comida
Adoro este tópico, além de ser muito amplo e pessoal, é gostoso. Digo e repito, não tenho problemas com esta criança. ‘Tá certo que abril e maio foram meio sofridos para mim, mas por motivos outros. Tenho a minha panela de pressão pra fazer feijão quando estou com paciência. Sinto falta sim de frituras, do bolinho de bacalhau, bolinho de arroz, bolinho de batata, croquete, pastel... mas todos estes eu sei fazer, só não faço pela danada da cozinha americana. Sempre detestei ficar com a casa cheirando a comida, cado louco com a sua mania.
Confesso que ultimamente estou preferindo comer em casa, fazer uma comidinha simples mesmo do que sair pra comer. Bate aquela vontade de comer um carreteiro, uma galinhada... Isto tudo sei e bem direitinho (perguntem para o Gleydin), mas se não fizer a vontade também passa.
Quanto a qualidade das coisas. Carnes e leites são mais gostosos no Brasil, sem dúvida. Agora descobrimos um leite orgânico e local (caro pra chuchu) mas que é mais gostoso. Descobrimos também um restaurante vietnamita que faz arroz com peixe frito, muito bom, dá até pra enganar.
Falando de frutas a coisa já muda de figura, infelizmente no nosso Brasil o melhor vai para exportação. Credo, como as frutas no Brasil estão feias, não me deu vontade de comer nem maçã quando estava lá. Verdade que na feira em São Paulo as coisas já melhoram muito, mas fiquei lá só 2 dias, então não deu pra matar a saudade ou apagar a má impressão do Sacolão e do Supermercado. Confesso que matei a saudade da banana prata, a única que gosto.
Saúde
Ah! Minha saúde...
Bom, aproveitando a oportunidade de falar sobre saúde vou dar a notícia. Estamos grávidos e saltitantes.
Como sempre falo para o Gleydson, “não sei se a gente dá muita sorte ou o pessoal quer um psicólogo no lugar de um médico” (desculpem a franqueza). Até agora não tenho do que reclamar dos nossos médicos.
Eu sempre fui acostumada a ter um clínico geral no Brasil, então o fato de não me mandarem ou não poder escolher um especialista livremente não me incomoda. Meu médico em Uberlândia já me tratou de picada de inseto, crise de sinusite, infecção respiratória, vômitos, insônia e por aí vai. Quando ele não conseguia resolver o problema ele me mandava para o especialista (ex.: remover minhas amídalas).
Quantas vezes no Brasil já fui em especialista ruim e “genérico” bom, então não reclamo não. Já tive que usar o SUS da pátria amada e, cá entre nós, ainda bem que existe! Mas não dá pra comparar o SUS com o plano de BC (que não é gratuito pra quem pode pagar). Digo ainda bem que existe porque no SUS não se dá aspirina pra paciente de câncer e manda ele pra casa porque ele não tem plano de saúde (coisas que acontecem no nosso vizinho aqui do sul).
Estou fazendo o meu pré-natal aqui. Muito tranquilo. As brasileiras amigas minhas ficam doidas quando eu falo que o padrão aqui é um único ultrassom entre 18 e 20 semanas de gravidez, onde eles já fazem o morfológico. Confesso que eu também estranhei, queria saber se estava tudo bem, se o neném estava se desenvolvendo. Minha médica é brasileira, então ela pediu um ultrassom com 9 semanas pra ver como estavam as coisas e averiguar a idade do até então embrião (agora ele foi promovido, já é feto).
Quanto a impossibilidade de fazer cesariana. As coisas não são bem assim, eles não te dão a opção de cesariana, mas se der qualquer complicação eles abrem e arrancam o bebê lá de dentro mesmo. Temos a opção de um parto 100% natural (acho que não consigo) ou com uso de anestesia, gás do riso, entre outros analgésicos, e isto é escolha da mãe.
Não é como nos EUA, pelo menos não no hospital que eu vou ter o neném. Nada da família inteira assistindo a tu te estribuchar. Mais uma vez a escolha é da mãe, se ela quiser o pai do neném pode estar presente (o que eles aconselham), além do pai, ela pode ter mais um adulto a sua escolha. Digo adulto porque se você tiver outros filhos e quiser que eles participem não há restrição nenhuma, mas repito, a escolha é da mãe (desculpa papai).
No mais graças a Deus somos muito saudáveis, logo nunca tivemos problemas. As chamadas “walk-in clinics” normalmente têm uma espera de 20 a 30 min. Nunca enfrentei mais que isto e sempre fui muito bem atendida.
Idioma
Não tenho problemas com esta criança. Sei que é bem complicado para as pessoas que chegam aqui sem falar nada, mas minha dica é a seguinte: não tenha medo de errar. Errando a gente aprende. Agora estou numa fase de pegar as sutilezas das coisas. Coisas que são certas gramaticalmente mas soam mal pra caramba no ouvido dos nativos.
Outra questão interessante é que o sotaque aqui de Vancouver é bem diferente dos que eu já conheci nos Estados Unidos. É engraçado ver eles não entendendo americano, australiano e britânico, me sinto até bem! kkkk...
Adoro línguas e sempre fui fascinada pelo inglês, ou seja, sem traumas ou reclamações. Diria que melhorando a cada dia. A parte que me deixa um pouco nervosa é filtrar as ligações que vão para o meu chefe. Quando as pessoas chegam a mim muitas vezes já estão estressadas pela recepção ou pelo simples fato de não conseguirem falar direto com ele. Já tive que dar uns esculachos numas figuras, é brabo fazer isto em outra língua, mas acabou dando certo.
Trabalho
Só duas observações:
1. Gosto do meu trabalho; e,
2. Prefiro chefe canadense.
Finaleira
Escolhemos esta cidade para viver e estou feliz com a nossa escolha. A vida pode nos levar para outros lugares, mas me sinto em casa. Quando vou ao Brasil tenho muita vontade de voltar para a casa (nosso apartamentozinho), aqui me sinto feliz e aceita.
Estou construindo boas amizades e morro de saudades das que ficaram no Brasil. A família vai ser meu calcanhar de Aquiles eterno, não dá pra não sentir falta e lamentar a distância de vez em quando. A saudade aperta tanto que até doi, mas só fazer minha mãe aprender a usar o computador já valeu a pena a mudança.
Trazer nosso neném ao mundo sem apoio próximo assusta, mas também não apavora. Ou sou doida ou muito tranquila mesmo, não acho que seria muito diferente se estivéssemos no Brasil, afinal nunca moramos próximos aos nossos pais. Sempre fui da opinião que quem tem que cuidar de filho é pai e mãe, aqui apenas não teremos outra escolha.
Uma pergunta que ouço muito: "Tu vais ter o teu filho no Brasil ou no Canadá?" Gente, não tem nem que perguntar. Minha vida é aqui. Além de eu ter que me acostumar com as coisas como elas são aqui tem o fato de que a criança adquire dupla nacionalidade imediata. Se nascer no Brasil, tem que passar por todo o processo de imigração, já que não somos cidadãos canadenses.
Até a próxima só Deus sabe quando.
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Canadá x Brasil ou Brasil x Canadá (ano II)
Quero manter pelo menos essa tradição blogal... Ano passado teve também, pra quem quiser comparar. Já vão quase 3 anos, eu sei, mas antes tarde que mais tarde. :-P
Trabalho
Depois de quase 2 anos de empresa, carteira assinada e tudo mais, não tenho absolutamente nada do que reclamar. Momentos de tédio e excesso vão existir em qualquer lugar. Os excessos aqui são raríssimos, devo mencionar. E, apesar da baixada que deu na receita da maioria das empresas da América do Norte no geral, nossa empresa tomou medidas muito bacanas pra evitar aquelas demissões em massa. Essa é fácil:
Brasil 0 x 1 Canadá
$$$ (e/ou Bancos)
Em termos de grana, números, incrivelmente eu ganho MENOS no Canadá. Mas, como costumo repetir e repetir, prefiro ganhar 1.000 aqui que 2.000 no Brasil; o capim canadense tem maior poder de fogo; certeza de muito mais diversão com menos. Reitero: estamos falando em termos de números! Nada de conversão.
Bancos? Continuo evitando, mas das vezes que precisamos ter um atendimento mais pessoal, foi mole mole. Nossa gerente é uma excelente profissional, sempre confere com a gente se precisamos de alguma coisa. Quando é que o gerente do seu banco ligou na sua casa pelo última vez no Brasil? 'Tá, se você tem 1 milhãozinho pelo menos na conta, pode ser que tenha tratamento diferenciado. Definitivamente (ENFATIZO!!!) não é nosso caso. Rererererere... Mais um golzinho:
Brasil 0 x 2 Canadá
Dia-a-dia
Tranquilidade! Sem trema! :-) Liberdade, segurança. Você tem a certeza que o imposto que 'tá pagando 'tá sendo investido. E olha que aqui o troço é progressivo! Quanto mais se ganha, mais se paga. Retido na fonte que nem no Verdelindo. Rerererere... Devo informar-lhes que nunca paguei esses valores com tanto gosto!
Falando em violência, apesar de uma guerrinha de gangues que rolou aqui no começo do ano, a área metropolitana de Vancouver continua anoz-luz à frente de qualquer cidade de mesmo porte do Brasil:
Brasil 0 x 3 Canadá
Comida
Isso é pessoal demais, né? Difícil comparar gostos, temperos e sensações de um assunto tão vasto. Ainda mais quando se está disposto a experimentar o que vier pela frente. Recentemente estivemos no Brasil e devo confessar que só sinto falta de todas as guloseimas assim que ponho o olho nelas: coxinha, mandioca frita, churrasquinho da rua, pão na chapa da padaria, etc, etc e etc. Se tenho vontade de comer isso em Vancouver? Desde que não esteja na minha frente, não! Rerererere... Gol pra cada lado:
Brasil 1 x 4 Canadá
Trânsito
Trânsito? Onde? :-) Moramos no miolo da cidade, pra começar. Não temos carro por opção e não pretendemos ter tão cedo; quando queremos dar uma escapulida, alugamos que fica bem mais barato.
Fecha a cortina!
Abre a cortina!
Nessa nossa ida ao Brasil, meu Deus... Como o pessoal é dependente de carro!!! Mas não é porque não queiram usar o transporte coletivo, é porque é muito precário mesmo! Viver em uma cidade que nem Uberlândia, sem carro, é um pé no saco. Tem que tirar o chapéu pr'aqueles que se aventuram nos ônibus todos os dias por lá. AFFF...
Fecha a cortina!
Uma conclusão besta: não importa que trânsito você está, sempre tem os nervosinhos por qualquer besteira, impressionante. O cara demora 1.32 segundo pra arrancar no sinal verde e já leva um buzinaço. Bem, aumentando a goleada:
Brasil 1 x 5 Canadá
TV (Programação)
Continuamos sem TV. E sinceramente não sentimos falta... 'Tá fazendo até bem. Tenho mais tempo pra jogar videogame! Rererererere... O futebolzinho? Sim!!! Tem umas boas almas interneteiras que transmitem praticamente todos os jogos que quiser. Agora sim é que não sinto falta alguma de televisão e sua programação. Continuamos baixando nossas séries favoritas, pegando filmes na biblioteca e indo ao cinema. Então, não fede e nem cheira:
Brasil 1 x 5 Canadá
Sistema de Saúde
Saúde é "de graça" no Canadá? Obviamente não. 'Tá embutido naquele din-din retido todo mês lá no holerite. Mas no Brasil funciona exatamente do mesmo jeito, né? Pois é... Só que você tem que pagar um por fora se quiser um tratamento mais decente; olha só... Aqui na nossa província TAMBÉM tem que pagar um extra. Hmmm...
Graças a Deus somos pessoas saudáveis; o que geralmente o pessoal reclama é do atendimento. Devo dizer que nunca fomos mal atendidos aqui, muito pelo contrário. Já no Brasil, muito médico fica fazendo cara feia porque recebe uma merreca dos planos de saúde, reservando até horários especiais pra quem é conveniado.
Existem todos os tipos de experiências, mas uma coisa é certa: no Canadá, o governador da província, o primeiro ministro, o atendente do 7/11 e o CEO da minha empresa vão frequentar (sem trema) exatamente os mesmos hospitais e clínicas. Se isso não é uma baita vantagem, para (sem acento) que eu quero descer.
Brasil 1 x 6 Canadá
Política
Esse assunto vai loooooooooooooonge... Nem vou ficar chovendo no molhado. Todo dia temos uma "novidade" dessas dos nossos representantes brasileiros... O Canadá não 'tá livre disso não; um dos ex-primeiros ministros 'tava na berlinda um dia desses se explicando porque é que tinha embolsado um qualquer de um lobista. Enfim, política é política e vice-versa:
Brasil 2 x 7 Canadá
Família/Amigos
É... Eles continuam sendo o tendão de aquiles de morar longe; a gente na verdade já morava longe (São Paulo e Porto Alegre antes), mas agora 'tá bem mais longe. :-P Se quiser dar "um pulinho" nas Minas Gerais pra ver os queridos, precisa de pelo menos 4 dias só pra deslocamento. Vem pra cá, gente!!! Apesar que a nossa vida social 'tá cada vez mais agitada; fizemos ainda mais bons amigos nesse ano que passou, graças a Deus, mas o "grosso" ficou mesmo pra trás:
Brasil 3 x 7 Canadá
Clima
Sol nunca foi a minha, digo, passar calor na rua naquela hora de ir trabalhar, sabe? Pegar o busão do lado da janela que 'tá batendo sol, 9:00 da madrugada, parado no trânsito... Não dá! Pra mim calor = férias e só. Até aqui quando chega na casa dos 30 e poucos graus eu já fico bufando. Isso é uma raridade, diga-se de passagem. :-))) Como é bom um friozinho... Ai, ai... Para a MINHA alegria geral da nação.
Brasil 3 x 8 Canadá
Idioma
O inglês vai entranhando cada vez mais na veia, as respostas já vem no "clique". Dificuldades ao telefone já são mínimas, dependendo mais agora só da qualidade da ligação mesmo. :-))) Mas, porém, contudo, todavia, entretanto, outrossim, não obstante, o português é presença quase constante na hora de maquinar as coisas mais complexas e os detalhes. Ainda! Olha que pra contar de vez em quando o inglês já 'tá "pulando" na frente! Rerererererere...
Brasil 4 x 8 Canadá
Serviços Públicos
Todo mundo 'tá careca de saber e ler que o Brasil precisa de uma desburocratização urgente! A Receita Federal brasileira é o melhor exemplo disso. Imagina vocês hoje preenchendo aquele troço à caneta e mandando via correio? Imagina quem tem que conferir aquilo? PQP! Não dá!!! Mas nosso órgão federal ainda é uma exceção, digno de citação como excelente exemplo. Agora você imagina tudo funcionando que nem a Receita Federal brasileira:
Brasil 4 x 9 Canadá
Praticamente o mesmo placar do ano passado. Um gol a menos pro Brasil somente no quesito "Sistema de Saúde". Uma pequena alteração no item "$$$ (ou Bancos)" que passei pra "$$$ (e/ou Bancos)". Também não quis aumentar os itens dessa vez. E o C.a.n.a.d.i.a.n.d.o. continua sendo a referência primária. ;-)
O que mudou na opinião? Quase que nada, eu acho. O Canadá continua sendo a nossa casa e é isso. Brasil, só a passeio. Nada pessoal, OK? Continuo amando nosso Verdelindo também. A raiz é muito forte.
Abraços!
Trabalho
Depois de quase 2 anos de empresa, carteira assinada e tudo mais, não tenho absolutamente nada do que reclamar. Momentos de tédio e excesso vão existir em qualquer lugar. Os excessos aqui são raríssimos, devo mencionar. E, apesar da baixada que deu na receita da maioria das empresas da América do Norte no geral, nossa empresa tomou medidas muito bacanas pra evitar aquelas demissões em massa. Essa é fácil:
Brasil 0 x 1 Canadá
$$$ (e/ou Bancos)
Em termos de grana, números, incrivelmente eu ganho MENOS no Canadá. Mas, como costumo repetir e repetir, prefiro ganhar 1.000 aqui que 2.000 no Brasil; o capim canadense tem maior poder de fogo; certeza de muito mais diversão com menos. Reitero: estamos falando em termos de números! Nada de conversão.
Bancos? Continuo evitando, mas das vezes que precisamos ter um atendimento mais pessoal, foi mole mole. Nossa gerente é uma excelente profissional, sempre confere com a gente se precisamos de alguma coisa. Quando é que o gerente do seu banco ligou na sua casa pelo última vez no Brasil? 'Tá, se você tem 1 milhãozinho pelo menos na conta, pode ser que tenha tratamento diferenciado. Definitivamente (ENFATIZO!!!) não é nosso caso. Rererererere... Mais um golzinho:
Brasil 0 x 2 Canadá
Dia-a-dia
Tranquilidade! Sem trema! :-) Liberdade, segurança. Você tem a certeza que o imposto que 'tá pagando 'tá sendo investido. E olha que aqui o troço é progressivo! Quanto mais se ganha, mais se paga. Retido na fonte que nem no Verdelindo. Rerererere... Devo informar-lhes que nunca paguei esses valores com tanto gosto!
Falando em violência, apesar de uma guerrinha de gangues que rolou aqui no começo do ano, a área metropolitana de Vancouver continua anoz-luz à frente de qualquer cidade de mesmo porte do Brasil:
Brasil 0 x 3 Canadá
Comida
Isso é pessoal demais, né? Difícil comparar gostos, temperos e sensações de um assunto tão vasto. Ainda mais quando se está disposto a experimentar o que vier pela frente. Recentemente estivemos no Brasil e devo confessar que só sinto falta de todas as guloseimas assim que ponho o olho nelas: coxinha, mandioca frita, churrasquinho da rua, pão na chapa da padaria, etc, etc e etc. Se tenho vontade de comer isso em Vancouver? Desde que não esteja na minha frente, não! Rerererere... Gol pra cada lado:
Brasil 1 x 4 Canadá
Trânsito
Trânsito? Onde? :-) Moramos no miolo da cidade, pra começar. Não temos carro por opção e não pretendemos ter tão cedo; quando queremos dar uma escapulida, alugamos que fica bem mais barato.
Fecha a cortina!
Abre a cortina!
Nessa nossa ida ao Brasil, meu Deus... Como o pessoal é dependente de carro!!! Mas não é porque não queiram usar o transporte coletivo, é porque é muito precário mesmo! Viver em uma cidade que nem Uberlândia, sem carro, é um pé no saco. Tem que tirar o chapéu pr'aqueles que se aventuram nos ônibus todos os dias por lá. AFFF...
Fecha a cortina!
Uma conclusão besta: não importa que trânsito você está, sempre tem os nervosinhos por qualquer besteira, impressionante. O cara demora 1.32 segundo pra arrancar no sinal verde e já leva um buzinaço. Bem, aumentando a goleada:
Brasil 1 x 5 Canadá
TV (Programação)
Continuamos sem TV. E sinceramente não sentimos falta... 'Tá fazendo até bem. Tenho mais tempo pra jogar videogame! Rererererere... O futebolzinho? Sim!!! Tem umas boas almas interneteiras que transmitem praticamente todos os jogos que quiser. Agora sim é que não sinto falta alguma de televisão e sua programação. Continuamos baixando nossas séries favoritas, pegando filmes na biblioteca e indo ao cinema. Então, não fede e nem cheira:
Brasil 1 x 5 Canadá
Sistema de Saúde
Saúde é "de graça" no Canadá? Obviamente não. 'Tá embutido naquele din-din retido todo mês lá no holerite. Mas no Brasil funciona exatamente do mesmo jeito, né? Pois é... Só que você tem que pagar um por fora se quiser um tratamento mais decente; olha só... Aqui na nossa província TAMBÉM tem que pagar um extra. Hmmm...
Graças a Deus somos pessoas saudáveis; o que geralmente o pessoal reclama é do atendimento. Devo dizer que nunca fomos mal atendidos aqui, muito pelo contrário. Já no Brasil, muito médico fica fazendo cara feia porque recebe uma merreca dos planos de saúde, reservando até horários especiais pra quem é conveniado.
Existem todos os tipos de experiências, mas uma coisa é certa: no Canadá, o governador da província, o primeiro ministro, o atendente do 7/11 e o CEO da minha empresa vão frequentar (sem trema) exatamente os mesmos hospitais e clínicas. Se isso não é uma baita vantagem, para (sem acento) que eu quero descer.
Brasil 1 x 6 Canadá
Política
Esse assunto vai loooooooooooooonge... Nem vou ficar chovendo no molhado. Todo dia temos uma "novidade" dessas dos nossos representantes brasileiros... O Canadá não 'tá livre disso não; um dos ex-primeiros ministros 'tava na berlinda um dia desses se explicando porque é que tinha embolsado um qualquer de um lobista. Enfim, política é política e vice-versa:
Brasil 2 x 7 Canadá
Família/Amigos
É... Eles continuam sendo o tendão de aquiles de morar longe; a gente na verdade já morava longe (São Paulo e Porto Alegre antes), mas agora 'tá bem mais longe. :-P Se quiser dar "um pulinho" nas Minas Gerais pra ver os queridos, precisa de pelo menos 4 dias só pra deslocamento. Vem pra cá, gente!!! Apesar que a nossa vida social 'tá cada vez mais agitada; fizemos ainda mais bons amigos nesse ano que passou, graças a Deus, mas o "grosso" ficou mesmo pra trás:
Brasil 3 x 7 Canadá
Clima
Sol nunca foi a minha, digo, passar calor na rua naquela hora de ir trabalhar, sabe? Pegar o busão do lado da janela que 'tá batendo sol, 9:00 da madrugada, parado no trânsito... Não dá! Pra mim calor = férias e só. Até aqui quando chega na casa dos 30 e poucos graus eu já fico bufando. Isso é uma raridade, diga-se de passagem. :-))) Como é bom um friozinho... Ai, ai... Para a MINHA alegria geral da nação.
Brasil 3 x 8 Canadá
Idioma
O inglês vai entranhando cada vez mais na veia, as respostas já vem no "clique". Dificuldades ao telefone já são mínimas, dependendo mais agora só da qualidade da ligação mesmo. :-))) Mas, porém, contudo, todavia, entretanto, outrossim, não obstante, o português é presença quase constante na hora de maquinar as coisas mais complexas e os detalhes. Ainda! Olha que pra contar de vez em quando o inglês já 'tá "pulando" na frente! Rerererererere...
Brasil 4 x 8 Canadá
Serviços Públicos
Todo mundo 'tá careca de saber e ler que o Brasil precisa de uma desburocratização urgente! A Receita Federal brasileira é o melhor exemplo disso. Imagina vocês hoje preenchendo aquele troço à caneta e mandando via correio? Imagina quem tem que conferir aquilo? PQP! Não dá!!! Mas nosso órgão federal ainda é uma exceção, digno de citação como excelente exemplo. Agora você imagina tudo funcionando que nem a Receita Federal brasileira:
Brasil 4 x 9 Canadá
Praticamente o mesmo placar do ano passado. Um gol a menos pro Brasil somente no quesito "Sistema de Saúde". Uma pequena alteração no item "$$$ (ou Bancos)" que passei pra "$$$ (e/ou Bancos)". Também não quis aumentar os itens dessa vez. E o C.a.n.a.d.i.a.n.d.o. continua sendo a referência primária. ;-)
O que mudou na opinião? Quase que nada, eu acho. O Canadá continua sendo a nossa casa e é isso. Brasil, só a passeio. Nada pessoal, OK? Continuo amando nosso Verdelindo também. A raiz é muito forte.
Abraços!
Oui, nous avons!
Filme brasileiro no cinema em Vancouver!!! ÊBA!!! Hoje mesmo vimos "Verônica", filme com Andréa Beltrão que, como diz a Sílvia, não envelhece. O mesmo pro Marco Ricca. :-) 8/10. Caprichadinho o filme. Podem conferir.
Capricharam também no cinema, colocando umas proteções verde-amarelas em todas as cadeiras:

No vídeo que promove o Verdelindo, temos Iguaçu, Rio de Janeiro (claro!), Salvador, alguma cidade histórica de MG e alguma praia nordestina. Curti a iniciativa. Vamos vender o que há de melhor nesse Brasilzão, gente!!! "Brasil: Sensational!"
Vancouver 2nd Brazilian Film Festival - prestigiem!
Abraços!
Capricharam também no cinema, colocando umas proteções verde-amarelas em todas as cadeiras:
No vídeo que promove o Verdelindo, temos Iguaçu, Rio de Janeiro (claro!), Salvador, alguma cidade histórica de MG e alguma praia nordestina. Curti a iniciativa. Vamos vender o que há de melhor nesse Brasilzão, gente!!! "Brasil: Sensational!"
Vancouver 2nd Brazilian Film Festival - prestigiem!
Abraços!
domingo, 5 de julho de 2009
Fotos Curiosas (parte 14)
sexta-feira, 3 de julho de 2009
Mais Canada Day
Oi! Tem bastante tempo que não colocamos umas fotinhas no ar. Aproveitando o espetacular dia de sol que foi o 01/07, lá vai: passeio na beira-mar pra relaxar (MAIS!!!):



Pausa pro lanche(?). Essa bomba de chocolate 'tava sensacional!!! Abriram uma "boulangerie" perto da nossa casa que faz maravilhas com massas:

O lado bom da crise: esse jardim é resultado de uma construção que era pra ser. Os caras então cederam o espaço pra comunidade. Tem até milho plantado! Esquina da Davie com a Burrard, um dos lugares mais bizarramente caros da cidade:

Já na Granville Island, pausa pro lanche da Sílvia agora:

Festival de Jazz na faixa:

Andando e andando... E a bandeira tremulando. 'Tava um vento terrível.


Ela apareceu tímida ainda naquela hora da tarde:

As casinhas flutuantes do False Creek, estilo Amsterdam... Mora mal esse pessoal, viu!

Essas plantinhas parecem dentes-de-leão, mas são verdes e parecem a nossa mamona... Inutilidades! :-P

E que jeito melhor de se acabar o dia? Com capoeira do Mestre Barrãozinho, claro! Bem canadense! Rerererere:

Abraços!
Pausa pro lanche(?). Essa bomba de chocolate 'tava sensacional!!! Abriram uma "boulangerie" perto da nossa casa que faz maravilhas com massas:
O lado bom da crise: esse jardim é resultado de uma construção que era pra ser. Os caras então cederam o espaço pra comunidade. Tem até milho plantado! Esquina da Davie com a Burrard, um dos lugares mais bizarramente caros da cidade:
Já na Granville Island, pausa pro lanche da Sílvia agora:
Festival de Jazz na faixa:
Andando e andando... E a bandeira tremulando. 'Tava um vento terrível.
Ela apareceu tímida ainda naquela hora da tarde:
As casinhas flutuantes do False Creek, estilo Amsterdam... Mora mal esse pessoal, viu!
Essas plantinhas parecem dentes-de-leão, mas são verdes e parecem a nossa mamona... Inutilidades! :-P
E que jeito melhor de se acabar o dia? Com capoeira do Mestre Barrãozinho, claro! Bem canadense! Rerererere:
Abraços!
terça-feira, 30 de junho de 2009
Ser canadense...
Aproveitando a onda do "Canada Day" amanhã, um texto de uma das figuras mais conhecidas da TV do Gigante do Norte - Rick Mercer - que eu traduzi com o maior prazer abaixo:
Canadian citizenship like winning 'jackpot': Rick Mercer
A cidadania canadense é como acertar a sorte grande: Rick Mercer
"Being Canadian means being lucky.
"Ser canadense significa ser afortunado.
There are almost seven billion people on this planet and we make up around 33 million of them.
Dos quase sete bilhões de pessoas nesse planeta, somos mais ou menos 33 milhões delas.
The odds of a random citizen on this earth being Canadian is about half of one per cent. It’s a long shot that delivers a hell of a jackpot. A citizenship, that for most of us, cost nothing to acquire, but yet is our most prized possession.
As chances de um cidadão da terra ser canadense são por volta de meio porcento. É um tiro no escuro que recompensa com um puta de um prêmio. Uma cidadania que, pra muitos de nós, não custa nada, mas mesmo assim é nossa posse mais premiada.
Being Canadian means we have freedom of mobility. If you want to change your name to a symbol and move to British Columbia — you wouldn’t be the first, you won’t be the last.
Ser canadense significa liberdade de ir e vir. Se você quiser trocar seu nome por um símbolo e se mudar pra Colúmbia Britânica - você não seria o primeiro e nem será o último.
Being Canadian means we can worship whoever and however we want.
Ser canadense significa que podemos adorar quem quisermos e como quisermos.
Which is why when we meet a member of the worldwide church of the Raelians (who worship a holy trinity of UFOs, extraterrestrials, and tantric sex), we shrug and say each to their own.
Tanto é que quando encontramos um membro da Igreja Mundial dos Raelians (que adoram uma santíssima trindade de OVNIs, extraterrestres e sexo tântrico), damos de ombros e dizemos que cada um na sua.
Being Canadian means that if your finger comes into contact with a band saw, you pop it in a plastic bag along with some ice, and it gets sewn back on for free.
Ser canadense significa que se seu dedo entrar em contato com uma serra fita, você o coloca em uma sacola plástica com gelo e o põe de volta no lugar de graça.
Being Canadian means that in some places there is now a five cent surcharge for shopping bags to encourage cloth bags.
Ser canadense significa que em alguns lugares agora existe uma taxa de cinco centavos por sacola plástica para se encorajar o uso de sacolas de tecido.
Don’t use these for a severed finger. In that case, pay the nickel and go with plastic.
Não use dessas para o dedo amputado. Nesse caso, pague os cinco centavos e vá de sacola plástica mesmo.
Being Canadian means we are each protected under the Charter of Rights and Freedoms.
Ser canadense significa proteção pela Carta dos Direitos e Liberdades.
In Canada, Harold can marry Samantha, Carol can marry Johann and Ahmed can make an honest man out of Frank.
No Canadá, o Harold pode se casar com a Samantha, a Carol pode se casar com a Johann e o Ahmed pode tornar o Frank um cara honesto.
Being Canadian means you can vote.
Ser canadense significa que você pode votar.
And when we do, governments come and governments go — and yet not a single shot is fired.
E quando votamos, os governos vem e vão - e nem um tiro sequer é dado.
Which is appropriate because in our nation’s capital, the Canadian flag flies proudly over a tower that we named Peace."
Deveras apropriado, porque na capital da nossa nação, a bandeira canadense está orgulhosamente hasteada naquela torre que chamamos de Paz."
Não chegamos lá ainda, mas estamos cada vez mais perto desse "jackpot". ;-)
Para o texto original, publicado no Metronews - AQUI.
Para a Torre da Paz - AQUI.
Abraços e feliz Dia do Canadá a todos!
Canadian citizenship like winning 'jackpot': Rick Mercer
A cidadania canadense é como acertar a sorte grande: Rick Mercer
"Being Canadian means being lucky.
"Ser canadense significa ser afortunado.
There are almost seven billion people on this planet and we make up around 33 million of them.
Dos quase sete bilhões de pessoas nesse planeta, somos mais ou menos 33 milhões delas.
The odds of a random citizen on this earth being Canadian is about half of one per cent. It’s a long shot that delivers a hell of a jackpot. A citizenship, that for most of us, cost nothing to acquire, but yet is our most prized possession.
As chances de um cidadão da terra ser canadense são por volta de meio porcento. É um tiro no escuro que recompensa com um puta de um prêmio. Uma cidadania que, pra muitos de nós, não custa nada, mas mesmo assim é nossa posse mais premiada.
Being Canadian means we have freedom of mobility. If you want to change your name to a symbol and move to British Columbia — you wouldn’t be the first, you won’t be the last.
Ser canadense significa liberdade de ir e vir. Se você quiser trocar seu nome por um símbolo e se mudar pra Colúmbia Britânica - você não seria o primeiro e nem será o último.
Being Canadian means we can worship whoever and however we want.
Ser canadense significa que podemos adorar quem quisermos e como quisermos.
Which is why when we meet a member of the worldwide church of the Raelians (who worship a holy trinity of UFOs, extraterrestrials, and tantric sex), we shrug and say each to their own.
Tanto é que quando encontramos um membro da Igreja Mundial dos Raelians (que adoram uma santíssima trindade de OVNIs, extraterrestres e sexo tântrico), damos de ombros e dizemos que cada um na sua.
Being Canadian means that if your finger comes into contact with a band saw, you pop it in a plastic bag along with some ice, and it gets sewn back on for free.
Ser canadense significa que se seu dedo entrar em contato com uma serra fita, você o coloca em uma sacola plástica com gelo e o põe de volta no lugar de graça.
Being Canadian means that in some places there is now a five cent surcharge for shopping bags to encourage cloth bags.
Ser canadense significa que em alguns lugares agora existe uma taxa de cinco centavos por sacola plástica para se encorajar o uso de sacolas de tecido.
Don’t use these for a severed finger. In that case, pay the nickel and go with plastic.
Não use dessas para o dedo amputado. Nesse caso, pague os cinco centavos e vá de sacola plástica mesmo.
Being Canadian means we are each protected under the Charter of Rights and Freedoms.
Ser canadense significa proteção pela Carta dos Direitos e Liberdades.
In Canada, Harold can marry Samantha, Carol can marry Johann and Ahmed can make an honest man out of Frank.
No Canadá, o Harold pode se casar com a Samantha, a Carol pode se casar com a Johann e o Ahmed pode tornar o Frank um cara honesto.
Being Canadian means you can vote.
Ser canadense significa que você pode votar.
And when we do, governments come and governments go — and yet not a single shot is fired.
E quando votamos, os governos vem e vão - e nem um tiro sequer é dado.
Which is appropriate because in our nation’s capital, the Canadian flag flies proudly over a tower that we named Peace."
Deveras apropriado, porque na capital da nossa nação, a bandeira canadense está orgulhosamente hasteada naquela torre que chamamos de Paz."
Não chegamos lá ainda, mas estamos cada vez mais perto desse "jackpot". ;-)
Para o texto original, publicado no Metronews - AQUI.
Para a Torre da Paz - AQUI.
Abraços e feliz Dia do Canadá a todos!
domingo, 28 de junho de 2009
Entrevista
Oi pessoal! Um post gigante hoje – depois de tanto tempo esperando um desses. Alguém? :-P
Hoje entrevistei Gleydson Macedo, um desses caras que tinham “tudo na vida” e “de repente” largaram todo aquele conforto pra vir pro Canadá. Em virtude dos 2 anos (e qualquer coisa) que ele e sua adorada esposa já desfrutam de residência no Gigante do Norte, resolvi dar uma de entrevistador.
Ele recebeu nossa equipe em uma dessas tardes mais que ensolaradas em seu apartamento que fica muito bem localizado na cidade de Vancouver. “Aqui a gente não tem que se preocupar; conveniência é o nome do jogo.”, diz. E é bem verdade que em 15-20 minutos de caminhada pode-se encontrar restaurantes diversos (com preços igualmente diversos), farmácias, mercadinhos bem parecidos com aquelas vendas de posto de gasolina brasileiras, padaria, hospital, praia, etc. “Cara, o que mais eu posso querer em termos de localização?”, mais uma vez ele complementa quando dou uma espiada na sacada pra ver o sol estatelando na lateral do prédio.
Falamos dos mais diversos assuntos, mas é claro que procurei focar a atenção na (nem tão nova) vida canadense e todas as suas cores como segue.
Operação Canadá – Pois é Gleydson... Já vou começar com uma expressão bem mineira pra gente se ambientar... [Risos.]
Gleydson Macedo – Pois é... [Risos.] Esse nosso “pois é” é tão intraduzível (sic) quanto o “uai”. Como é que você explica um começo de frase com uma dessas.
Operação Canadá – [Risos.] É verdade. Mas vamos começar então com uma bem fácil. Quem é o Gleydson. Dá um resuminho aí pra nós...
Gleydson Macedo – Fácil?!? Zuô! [Risos.] Falar da gente mesmo é sempre complicado... Hmmm... Bom, como costumo resumir pros amigos: sou brasiliense, filho de cearense e mineira, criado no interior das Minas Gerais [Patos de Minas], torcedor do Flamengo, casado com uma gaúcha e que já teve residência no Rio, São Paulo e Porto Alegre.
OC – Bota resumido nisso! Mas dá uma linha temporal só pra ter uma noção...
GM – Meus pais se mudaram pra Capital da Esperança no começo da década de 70...
OC – (interrompendo) Peraí... Não precisa voltar tanto assim também...
GM – Sem problemas... A menos que você não queira MES-MO! [Risos.]
OC – Não, não... Manda bala.
GM – ‘Tá... Então voltando... Os “véio” se toparam lá pelo Plano Piloto da vida e dei um jeito de nascer em 75; meu irmão veio em 80 e em 84 eles decidiram ir de mala e cuia pra cidade da minha mãe, Patos de Minas. Eles compraram um boteco lá no centro da cidade – o Bar do Macedo – e por lá eu fiquei até meus 19 anos, quando passei no vestibular pra Ciência da Computação em Uberlândia [UFU]. Isso era 1995. Lá convivi com os que são hoje alguns dos meus melhores amigos. República, tal. Sabe como é, né?
OC – Acho que sei sim. Eu mesmo morei em uma no mesmo período.
GM – Finalzinho de 1998 comecei a namorar com a Sílvia e logo após me formei; em 2000 comecei umas andanças pelo Brasil por causa do trabalho, morando pouco mais de 1 ano no Rio. Nesse meio tempo também meus pais se divorciaram e ganhei outros dois irmãos do segundo casamento do meu pai. Casamos em 2002, nos mudando logo em seguida pra São Paulo (onde já estava instalado), lugar que moramos 2 anos e pouco. O último posto foi em Porto Alegre, 2004, pra então em 2007 virmos – acho – pra nossa morada mais duradoura. [Risos.]
OC – É... Sei não... Uma vez nômade...
GM – Isso é uma coisa que nós aqui em casa sempre trazemos à tona de tempos em tempos; nada mais prende a gente a lugar algum, sabe... Não vejo razão nenhuma pra simplesmente deixar esse espírito de lado...
OC – Olhando ali pela sua janela eu vejo algumas delas (aponto uns pedacinhos de montanha que despontam no meio dos prédios)
GM – Esse lugar é especial demais, putz... Por isso é que digo que essa deve ser a nossa estadia por muito mais tempo que as outras. Espero! Ou não! [Risos.]
OC – Eu concordo contigo nesse ponto, de manter o sangue correndo na veia nômade. Mas chega uma hora que acho que faz mais sentido fincar raízes, sei lá, pertencer a um lugar.
GM – Sim, sim. Faz todo o sentido. Entendo e respeito que existem pessoas que se sentem mais apegadas em maior ou menor grau a uma cidade, comunidade, etc.
OC – Aí veio então 2007, né? Como é que surgiu essa de vir pro Canadá? Sei que já devem ter te perguntado isso umas 2.000 vezes, mas quero um registro aqui. [Risos.]
GM – Outro? [Risos.] Só espero que seus leitores não morram de tédio. [Risos.] A idéia... Cara... Isso vem de longe, muito tempo mesmo; eu sempre fui um cara muito curioso com o mundo, sempre tive essa comichão de um dia morar fora, sabe, aquelas de intercambista...
OC – Sim, a maioria adolescente, estudante de inglês...
GM – É... Eu não tive essa oportunidade. Viajar pra longe assim no Brasil ainda é uma atividade pra lá de cara... Vixe... Nem imagino uma coisa dessas com meus 14-15 anos de idade. Praticamente impossível.
OC – Mas e a comichão...
GM – Ahhh... Juntou dois desses que não puderam ter a tal da experiência no exterior e deu no que deu. Oficialmente falando, começamos a botar a coisa pra andar já pouco antes da mudança pra Porto Alegre [2004].
OC – Vocês então já estavam com a cabeça feita que iriam pro Canadá desde então?
GM – Exato. A mudança pra Porto Alegre veio a calhar em vários sentidos, mas funcionou principalmente no econômico. O trabalho já ‘tava começando a faltar na minha consultoria e acabamos por guardar uma soma interessante pra reiniciar nossa vida fora do país. Você bem deve se lembrar das privações...
OC – [Risos.] Ô se lembro!
GM – Nada de renovar mobília, aluguéis caros e etc. Não era uma PRIVAÇÃÃÃÃÃO, se você me entende, mas deixamos de fazer bastante coisa mirando o grande passo. Levamos uma vida bem regrada para os padrões. Foi muito bom mesmo pra chegar aqui em uma situação confortável.
OC – Papelada, preparação, espera...
GM – Sim cara. Tudo isso foi deveras iniciado em 2005, mais ou menos pro fim do ano. Ficou tudo pronto no fim de 2006.
OC – Que conselho você dá pros que estão entrando nessa agora?
GM – Paciência. Muita!!! [Risos.] Muito óbvio o que vou falar, mas cada processo é diferente um do outro. Uns demoram mais, outros menos...
OC – Vocês deram sorte, né? 13-14 meses pra sair o visto?
GM – Por aí. Não digo “sorte”, porque só acho que era uma outra situação, outro ano, outras condições...
OC – Fiquei sabendo mesmo que eles deram uma apertada no processo, confere?
GM – Não sei te dizer dos detalhes. O que me contaram é que removeram algumas profissões daquela lista [NOC], acrescentaram outras. ‘Tamo aí no meio dessa revirada econômica e o nome do processo já diz tudo, né? “Skilled Worker”. Só estão adaptando pra falta atual de profissionais. Acho que é normal isso.
OC – Eu também. Não faz muito sentido favorecer profissões que realmente não precisam de gente no momento; só vai acabar deixando mais gente fora do mercado.
GM – Daqui a pouco melhora, pode esperar. Do mesmo jeito que desce, sobe. Vai é faltar gente pra tanta demanda em algum tempo.
OC – Já que a tocamos nessa de economia, como é que ‘tá a tua empresa [Creation Technologies]?
GM – Não vou te dizer que ‘tá invulnerável, muito pelo contrário. Os que sofreram a primeira porrada foram os temporários e aqueles que trabalham com contrato por hora. Claro que não foi todo mundo pra rua, mas cortaram umas cabeças.
OC – Infelizmente é isso que traz o benefício mais imediato...
GM – Sim, sim... Você pode ver que é a primeira coisa que acontece. Mas, enfim... No fim das contas estão dando alguns dias pra nós não-remunerados pra salvar uma grana. No meu ponto de vista é melhor que cortar salário, porque você nunca sabe se vão voltar com o teu valor depois que passar o furacão. E você acaba aproveitando esse dia pra fazer as suas coisas.
OC – ÔÔÔ!!! Não tenho dúvida nenhuma que é uma solução interessante...
GM – E o pessoal das plantas ‘tá fazendo isso já desde janeiro. Em algumas é uma vez por semana, outras uma a cada quinze dias.
OC – Esse seu atual emprego você teve que passar um bocado pra arrumar, não foi?
GM – É... Já vai pra quase 2 anos [outubro 2007].
OC – E a que você deve esse perrengue todo na época?
GM – Bom, uma série de fatores. Primeiro eu já havia sido entrevistado para uma mesma vaga por 4 pessoas; pensei que essa estaria no papo. Detalhe é que 2 destas entrevistas foram feitas ainda no Brasil. Nem precisa completar que não deu certo, né? [Risos.] Por causa dessa vaga, fiquei em “modo de espera” por uns 2-3 meses; isso já era começo de junho ou coisa parecida. Só aí fui participar daqueles cursos pra se arrumar emprego e ajustar então o meu currículo para as diversas facetas do mercado canadense. Segundo fator foi que comecei a busca no verão. [Risos.] Quem é que trabalha no verão por essas bandas? A maioria do pessoal deixa pra tirar férias nesse período – inclua na “maioria” os tomadores de decisões das empresas. O terceiro – e último, acho – é que a minha área na costa oeste é microscópica se compararmos com a costa leste. Seria como São Paulo e o resto do Brasil pra TI e correlatos.
OC – Mas você já estava ciente disso?
GM – Mais ou menos. Tinha certeza absoluta que a coisa se concentra em Toronto, mas não tinha idéia que do lado de Vancouver eram tão restritas minhas possibilidades.
OC – Mas porque então vocês não se pirulitaram pra Toronto? Digo, antes de virem pra cá e sabendo que é lá a mina...
GM – Olha, depois desse tempo todo sem emprego na área chegamos a cogitar várias mudanças, inclusive pra lá. Mas como já tínhamos uma experiência paulistana, digo, com relação à cidades enormes, resolvemos apostar nossas fichas em uma cidade menor, mas sossegada. Sei que Vancouver não é tão miudinha assim, mas é praticamente 3 vezes menor que Toronto. Apareceram na época também algumas coisas pra Calgary. Sim, sim, continuamos firmes na aposta.
OC – É um sinal que vocês se prepararam bem financeiramente pra suportar essa eventualidade...
GM – É. Como já mencionei antes, fizemos por onde e viemos preparados pra bastante tempo. Ahhh... Outra coisa que foi decisiva é que a Sílvia acabou arrumando um emprego legalzão logo com 3 meses de Canadá. Contra todas as estatísticas, eu que teoricamente teria uma certa facilidade por ser da área de informática, a patroa foi lá e abocanhou uma vaga até bem relacionada com a profissão dela [advogada] no Brasil.
OC – Muito bom, né? Deve ter sido um alívio absurdo pra vocês.
GM – Bota alívio nisso! Ela já havia garantido a nossa permanência. Foi bom demais pra ser verdade. Ela trabalhou como assistente jurídica em um escritório de imigração.
OC – E a Sílvia pensa em de repente voltar a assumir uma posição na área?
GM – Pensar ela pensa sim. Isso é assunto pra vários debates em casa. Antes de tudo é um desafio; o curso de Direito que ela tem só é reconhecido como um bacharelado “simples” no Canadá; o sistema deles é diferente. Você primeiro faz um curso comum a várias áreas que dura 4 anos pra aí então ingressar na faculdade de Direito, que são mais 3 anos.
OC – Então ela faria toda essa segunda parte do curso?
GM – Isso mesmo. 3 anos mais de banco de escola, mais 1 ano e pouco de estágios e coisas do gênero. Não é mole não, viu cara! Seria mais ou menos como um “Mestrado” mesmo. Por isso ela está ponderando bastante antes de encarar mais uma maratona desse naipe.
OC – Saindo um pouco desse papo de emprego, vamos a umas questões mais básicas. Qual seria o principal motivo que trouxe vocês pra fora do Brasil?
GM – [Risos.] Lá vem de novo... Espero que quem leia isso não morra de tédio. O principal motivo? Segurança cara. O que costumo dizer pra todo mundo é isso: segurança. Mas não somente aquela segurança relacionada ao dia-a-dia, da violência, mas como um conceito mesmo; segurança social no sentido mais amplo da coisa.
OC – Muitas das pessoas que fazem essa mudança tem como principal motivo é essa mesmo relacionada à violência... Vocês têm alguma má experiência nesse sentido e que poderia ter catalisado o processo?
GM – Te digo que graças a Deus nunca me aconteceu nada. Passei um ano no Rio de Janeiro, três em São Paulo, mas dois e pouco em Porto Alegre, pra citar cidades grandes e com altos índices de violência. A Sílvia foi assaltada em São Paulo uma vez sim, mas não foi dos mais traumatizantes comparando-se a outras coisas escabrosas que a gente escuta. Eu diria que não teríamos algo nesse sentido pra apontar. Só aquela tensão diária mesmo que leva a gente a viver em redomas no Brasil.
OC – O que você apontaria como principal diferença entre Canadá e Brasil nesse sentido?
GM – Fica muito difícil apontar uma só... Como principal... Hmmm... Relacionando à questão anterior, no Canadá não acontecem muitos crimes contra as pessoas, sabe, estilo assalto à mão armada, ou o sujeito te abordando no sinal de trânsito... É claro que tem um ou outro caso, mas quando se fala de crime aqui, pense em gente dando cano em banco ou o viciado em drogas entrando em uma casa quando não tem gente dentro pra roubar um aparelho de DVD pra matar uma pedrinha de crack mais tarde. Ahhh! E tem também roubo de carro praticamente pelos mesmos motivos.
OC – Simplesmente não dá pra comparar...
GM – É até covardia! E o detalhe é que Vancouver é a cidade mais violenta do país!!! [Risos.] No começo desse ano [2009] ‘tava rolando uma guerrinha de gangues, então rolaram algumas execuções, coisa encomendada mesmo. Droga cara! Esse eu acho que é o maior mal desse lugar; é gente usando, traficando, coisa pesada. Em 2007 eles enjaularam um sujeito que tinha um esquema monstro de lavagem de dinheiro e tráfico internacional. Vancouver servia de lavanderia pra coisa que vinha da Austrália e da China. Daí você tira suas conclusões sobre mercado imobiliário, por exemplo.
OC – É... Essa lavanderia acaba inflacionando esse tipo de coisa.
GM – Nem me fale. É claro que esse não é o principal fator, mas que ajuda, ajuda!
OC – E uma diferença agora nem tanto relacionada à violência?
GM – O Canadá tem uma camada de classe média real muito grande. Existem os ricões? Sempre! Existe pobreza? Também. Mas o que não existe é a miséria. Essa sim é a que corrói nosso Brasilzão. O “pobre” canadense é o gajo que tem um carrinho velho, mora afastado e não viaja nas férias todos os anos. Você deve ter notado a quantidade de sem-teto que temos em Vancouver, né?
OC – Vi sim, nossa. ‘Tá muito escancarado e a gente não imagina encontrar coisa desse tipo em país dito de primeiro mundo.
GM – É cara... Esses aí são as exceções das exceções! A maioria ‘tá ali por problema mental, problema com droga ou por problema mental causado por droga. Boa parte deles vive do “welfare” [mesada do sistema previdenciário]. Seriam classificados como miseráveis? Talvez sim, mas miserável no Brasil tem bem menos chances que esses daqui. E em termos de números não dá pra comparar. E já que você mencionou “esse tipo de coisa em país de primeiro mundo”, o problema é ainda mais cabeludo nos Estados Unidos. Vi um filme um dia desses chamado “O Solista” (depois você coloca o endereço do IMDb, por favor) que ilustra bem esse problema. Só em Los Angeles existem 90.000 pessoas morando nas ruas.
OC – UAU! E a gente achando que isso é “privilégio” de países pobres...
GM – Esse tipo de coisa eles não noticiam, mas ‘tá lá a ferida aberta pra quem quiser ver.
OC – Acho que um dos maiores “medos” do pessoal em geral, especialmente os brasileiros com que conversei é o medo do frio. O que você me diz?
GM – Eita... Esse é mesmo. Absolutamente TODO MUNDO pergunta a respeito dessa. Só que dessa vez eu vou te sacanear e pedir mais uma vez que você inclua o endereço da postagem que fala disso pra eu não ficar chovendo no molhado.
OC – ‘Tá bom então. [Risos.] ‘Tá aqui, ó. Passando pra outra das básicas: vocês sofrem algum tipo de preconceito?
GM – E você chama isso de básico? [Risos.] Não digo preconceito naquela acepção mais terrível da palavra, mas eu diria que existe um “tratamento diferenciado” de certas pessoas.
OC – Mas isso não é preconceito?
GM – Pelo menos pra nós é uma coisa mais leve, nada de escalas abruptas de isolamento ou até mesmo gente evitando a gente. Isso que te falo é mais de observação em algumas atitudes, olhares, jeitos de se dirigir às pessoas... Eu só acho uma sacanagem é que existem poucos canadenses natos que sejam de 3, 4, 5 gerações genuinamente “nativos”. O país é muito, mas muito jovem mesmo. O Brasil devia ser assim na primeira metade do século 20, quando aportaram muitas levas de imigrantes. Imagina só o brasileiro daquela época lidando com pessoas diferentes, que provavelmente nem sabiam que se falava português no seu destino. Estamos falando de um caso bem diferente, é verdade, mas ainda tem muitos que chegam e inglês que é bom, nada.
OC – Mas você também não acha que isso é um pouco de culpa do próprio imigrante?
GM – Não tenho dúvidas disso! Não digo “culpa”, mas sim falta de interesse. Imagina você chegando em um lugar novo, coisas novas, língua nova, costumes novos, enfim, uma novidade completa; é um tremendo desperdício você não fazer parte disso! Abandonar suas tradições? Nada disso, mas sim absorver e procurar fazer parte. Pega um caso: imagina só um albanês imigrando pra Finlândia... Se o cara não se envolver pra pelo menos aprender o idioma, você acha que o nível de frustração dele depois de um tempo vai ser de que tamanho?
OC – É óbvio que você pegou um caso extremo, mas eu concordo contigo.
GM – Não diria extremo, mas possível. [Risos.] Aprender a língua sim é de extrema importância.
OC – Mas tem aquele caso também que o país já tem uma comunidade bem instalada da nacionalidade do seu “albanês”...
GM – É aí que eu verifico o total desperdício da experiência. O albanês chega na comunidade dele e ali fica; não quer saber do finlandês, não quer falar a língua... Aí acho que entra um pouco daquela veia preconceituosa com uma pitada de desconfiança dos finlandeses. “Porque é que o cara que vem pra minha casa não quer nem fazer de conta que esse país é diferente?” A minha opinião é que isso gera tensões desnecessárias e guetos. Claro que é legal ir no bairro italiano, no festival grego, na semana hindu. O que não deve acontecer é o isolamento desse pessoal do “resto” da comunidade. Como disse uma amiga blogueira uma vez, tem imigrante que adota o Canadá como uma versão do seu próprio país melhorada. Não dá. É outra coisa.
OC – Falando em imigrante, vocês têm consciência que os filhos vão perder a brasilidade que vocês trouxeram?
GM – O pior é que sim. Ou o melhor, sei lá. [Risos.] Tenho certeza que vamos nos empenhar ao máximo pra pelo menos preservar o português em casa; na escola já é certo que inglês, francês e/ou mandarim vai ser o cotidiano deles. Pelo menos em casa a língua oficial vai ser a do Brasil.
OC – Mas eu digo “brasilidade” como esse conjuntão de coisas que temos na nossa veia verde-amarela: comida, futebol, música...
GM – Acho que é nosso dever cívico apresentar tudo isso pros bacuris. [Risos.] Agora, se eles vão gostar, seguir ou passar pra frente só vai depender deles mesmo. Tem aquela “regrinha” mais ou menos delineada pra três gerações: os primeiros chegam do país, com toda essa carga do país natal muito entranhada; os filhos vão pelo menos falar a língua e os netos vão só ficar sabendo que os avós eram imigrantes e falavam esquisito. [Risos.]
OC – Você mencionou o francês, mas pelo visto desse lado aqui francês é só pra enfeite, né?
GM – O Canadá ‘tá beeeeeeeeeeeeem longe de ser bilíngue. Esse papo só se aplica à província de New Brunswick. Ouvi falar que lá é 50/50. De resto, francês é no Quebec e fora de lá só nos letreiros das repartições públicas federais. Muito mais gente falando cantonês e mandarim que qualquer outra língua.
OC – Vocês pretendem adotar o “trilinguismo” em casa?
GM – Já estamos investindo nisso. Somos tarados pelo assunto idiomas; começamos nas aulas de francês por puro prazer mesmo. Se isso for revertido pra alguma aplicação prática, ótimo. Se não, estamos criando várias novas ligações nos miolos com mais um idioma. [Risos.]
OC – O meu “em casa” era mais direcionado pros bacuris... [Risos.]
GM – Ahhhh ‘tá... Desculpe. [Risos.] Temos essa ideia de colocar a molecada nas escolas bilíngues sim. Imagina só, três idiomas assim de mão beijada? Já pesquisamos a respeito e ficamos sabendo que pelo visto pelo menos um dos pais tem que falar o troço fluentemente.
OC – Mais um motivo então pra agarrar essas aulas pelo chifre!
GM – Isso, isso... Acho que no nosso caso essa vai ser a “aplicação prática” a que me referi. O bom de criança é isso: eles vão lá e falam, misturando tudo, do jeito deles. A gente é que cria um monte de barreiras e fica cheio de vergonha pra soltar o verbo. Quando eles crescerem, ou vão arrancar os cabelos por isso ou vão até correr atrás de uma quarta língua.
OC – Tem que apostar mesmo. Excelente oportunidade! Podem até virar funcionários públicos federais canadenses.
GM – Com todas as benesses possíveis, se Deus quiser.
OC – Vocês fizeram amigos?
GM – Olha cara, acho que fizemos sim alguns bons amigos. Pessoas que estão na mesma situação de imigrante recém-chegado principalmente.
OC – Brasileiros inclusive?
GM – Sim. Temos bons amigos brasileiros. Nada como compartilhar as maravilhas disso aqui na nossa língua. Parece que não, mas faz falta. Tem dia que o inglês insiste em travar, uma beleza!
OC – Algumas dificuldades que você lembre?
GM – Mais uma vez fomos muito felizes nesse quesito. Estávamos preparados, só faltava jogar na fogueira mesmo. Que eu me lembre, a minha principal dificuldade era o telefone... Putz!!! Tem os termos, as formalidades, os sotaques... Um ou outro filme eu ainda perdia umas frases, mas nada que comprometesse o entendimento do todo.
OC – Quais os sotaques que você apanha ou apanhava?
GM – Australiano, do pessoal do sul dos Estados Unidos, um escocês daqueles bem carregados... Esses eu ainda apanho de montão.
OC – Então no geral vocês se sentem bem confortáveis?
GM – Claro que tem vezes que dá um branco e tem que dar uma volta pra achar um termo, uma frase específica... O que pega agora são os detalhes. Coisas como reações do corpo, pequenos sintomas. Por exemplo, como é que você chega pro médico e diz que “’tá dando uma pontada” ou “’tô sentindo uma fisgadinha”? [Risos.] Certa feita eu fui no supermercado pra procurar batata palha... “É assim, é assado... Pequena, fininha...” [Risos.] Tem hora que a mímica resolve a coisa facilmente. Acho que é até por isso que tinha uma certa dificuldade ao telefone. Já a Sílvia sempre deu baile no inglês. Ela é bem mais desenvolta.
OC – Depois desses dois anos houve uma melhora perceptível?
GM – Nossa!!! Isso foi muito fácil de comprovar. Só de destravar a língua e o ouvido já é um passo gigantesco. Sinto que meu inglês não tem evoluído muito, mas acho que é o pouco contato com pessoas que o tenham como primeiro idioma. Quando você conversa a maioria do tempo só com imigrantes, não aparece tanto desafio, tanta palavra nova. Bom, pelo menos pra mim não. E nem é metideza, é só uma comprovação mesmo. [Risos.]
OC – Resumindo a conversa então, dois anos e qualquer coisa que estão valendo muito a pena?
GM – 100% positivo! Está valendo muito a pena sim. É uma vida muito tranquila. Eu diria com quase zero preocupações com aquelas coisas que infelizmente temos no Brasil. Coisas pequenas como poder andar de carro com os vidros abertos, chegar em casa sem ficar naquela paranóia, saber que o hospital que você usa é exatamente o mesmo que o cara mais pobre e o mais rico usam. Isso é bom demais pra ser verdade. Isso é o verdadeiro socialismo! [Risos.]
OC – Xiii... Lá vem política! [Risos.]
GM – Não, não... Só zoeira mesmo. Eu soltei essa pra um eslovaco uma vez e ele já mandou um “não, não, não... Você não faz ideia do que é socialismo”. [Risos.] Como conceito é bonito de ver, mas a aplicação dele não foi das mais felizes.
OC – Antes então que a conversa tome outros rumos, gostaria de agradecer pelo seu tempo e por ter recebido nossa equipe com toda disposição.
GM – Não foi nada. Eu é que agradeço pela oportunidade. Espero que o blog volte a funcionar como se deve. Vocês demoram tempo demais pra atualizar aquele troço...
OC – Prometo melhorar! Sempre tem uma promessa...
GM – Verdade. Que coisa feia! [Risos.]
OC – Fechando, você aconselharia as pessoas a virem pro Canadá? O que você diria àqueles que estão balançando se entram com o processo de imigração ou não?
GM – Minha resposta é SIM! Venham. Mas venham com vontade de se integrarem, de abrirem a mente pra outros mundos, situações, pessoas, culturas... Dificuldades todo mundo tem em maior ou menor grau. O que pra mim foi complicado, pra outros pode ser fichinha e vice-versa. Você vai ser testado o tempo todo, se deparar com outros pontos de vista que você nem imaginaria que existiam. Como já disse antes, é nascer de novo. Você vai chegar no supermercado e não vai saber quanto em gramas pesa uma onça ou como se diz quiabo em inglês! [Risos.] Seu cérebro vai agradecer pela injeção de grandes novidades. Não diria que exatamente agora é um momento perfeito pra uma mudança por causa dessa economia, mas podem ter certeza que assim que quando começar a curva ascendente vai é faltar gente qualificada pra fazer a roda girar normalmente outra vez. Então, assim que passarem aqueles primeiros meses, talvez até anos, de complicações e adaptação, aí é só se lambuzar. É claro que tem o preço de se largar os familiares e amigos no Verdelindo. Mas sempre tem a internet, a webcam e o telefone pra matar a saudade.
Em tempo, “quiabo” em inglês é “okra”. :-)
Abraços!
Hoje entrevistei Gleydson Macedo, um desses caras que tinham “tudo na vida” e “de repente” largaram todo aquele conforto pra vir pro Canadá. Em virtude dos 2 anos (e qualquer coisa) que ele e sua adorada esposa já desfrutam de residência no Gigante do Norte, resolvi dar uma de entrevistador.
Ele recebeu nossa equipe em uma dessas tardes mais que ensolaradas em seu apartamento que fica muito bem localizado na cidade de Vancouver. “Aqui a gente não tem que se preocupar; conveniência é o nome do jogo.”, diz. E é bem verdade que em 15-20 minutos de caminhada pode-se encontrar restaurantes diversos (com preços igualmente diversos), farmácias, mercadinhos bem parecidos com aquelas vendas de posto de gasolina brasileiras, padaria, hospital, praia, etc. “Cara, o que mais eu posso querer em termos de localização?”, mais uma vez ele complementa quando dou uma espiada na sacada pra ver o sol estatelando na lateral do prédio.
Falamos dos mais diversos assuntos, mas é claro que procurei focar a atenção na (nem tão nova) vida canadense e todas as suas cores como segue.
Operação Canadá – Pois é Gleydson... Já vou começar com uma expressão bem mineira pra gente se ambientar... [Risos.]
Gleydson Macedo – Pois é... [Risos.] Esse nosso “pois é” é tão intraduzível (sic) quanto o “uai”. Como é que você explica um começo de frase com uma dessas.
Operação Canadá – [Risos.] É verdade. Mas vamos começar então com uma bem fácil. Quem é o Gleydson. Dá um resuminho aí pra nós...
Gleydson Macedo – Fácil?!? Zuô! [Risos.] Falar da gente mesmo é sempre complicado... Hmmm... Bom, como costumo resumir pros amigos: sou brasiliense, filho de cearense e mineira, criado no interior das Minas Gerais [Patos de Minas], torcedor do Flamengo, casado com uma gaúcha e que já teve residência no Rio, São Paulo e Porto Alegre.
OC – Bota resumido nisso! Mas dá uma linha temporal só pra ter uma noção...
GM – Meus pais se mudaram pra Capital da Esperança no começo da década de 70...
OC – (interrompendo) Peraí... Não precisa voltar tanto assim também...
GM – Sem problemas... A menos que você não queira MES-MO! [Risos.]
OC – Não, não... Manda bala.
GM – ‘Tá... Então voltando... Os “véio” se toparam lá pelo Plano Piloto da vida e dei um jeito de nascer em 75; meu irmão veio em 80 e em 84 eles decidiram ir de mala e cuia pra cidade da minha mãe, Patos de Minas. Eles compraram um boteco lá no centro da cidade – o Bar do Macedo – e por lá eu fiquei até meus 19 anos, quando passei no vestibular pra Ciência da Computação em Uberlândia [UFU]. Isso era 1995. Lá convivi com os que são hoje alguns dos meus melhores amigos. República, tal. Sabe como é, né?
OC – Acho que sei sim. Eu mesmo morei em uma no mesmo período.
GM – Finalzinho de 1998 comecei a namorar com a Sílvia e logo após me formei; em 2000 comecei umas andanças pelo Brasil por causa do trabalho, morando pouco mais de 1 ano no Rio. Nesse meio tempo também meus pais se divorciaram e ganhei outros dois irmãos do segundo casamento do meu pai. Casamos em 2002, nos mudando logo em seguida pra São Paulo (onde já estava instalado), lugar que moramos 2 anos e pouco. O último posto foi em Porto Alegre, 2004, pra então em 2007 virmos – acho – pra nossa morada mais duradoura. [Risos.]
OC – É... Sei não... Uma vez nômade...
GM – Isso é uma coisa que nós aqui em casa sempre trazemos à tona de tempos em tempos; nada mais prende a gente a lugar algum, sabe... Não vejo razão nenhuma pra simplesmente deixar esse espírito de lado...
OC – Olhando ali pela sua janela eu vejo algumas delas (aponto uns pedacinhos de montanha que despontam no meio dos prédios)
GM – Esse lugar é especial demais, putz... Por isso é que digo que essa deve ser a nossa estadia por muito mais tempo que as outras. Espero! Ou não! [Risos.]
OC – Eu concordo contigo nesse ponto, de manter o sangue correndo na veia nômade. Mas chega uma hora que acho que faz mais sentido fincar raízes, sei lá, pertencer a um lugar.
GM – Sim, sim. Faz todo o sentido. Entendo e respeito que existem pessoas que se sentem mais apegadas em maior ou menor grau a uma cidade, comunidade, etc.
OC – Aí veio então 2007, né? Como é que surgiu essa de vir pro Canadá? Sei que já devem ter te perguntado isso umas 2.000 vezes, mas quero um registro aqui. [Risos.]
GM – Outro? [Risos.] Só espero que seus leitores não morram de tédio. [Risos.] A idéia... Cara... Isso vem de longe, muito tempo mesmo; eu sempre fui um cara muito curioso com o mundo, sempre tive essa comichão de um dia morar fora, sabe, aquelas de intercambista...
OC – Sim, a maioria adolescente, estudante de inglês...
GM – É... Eu não tive essa oportunidade. Viajar pra longe assim no Brasil ainda é uma atividade pra lá de cara... Vixe... Nem imagino uma coisa dessas com meus 14-15 anos de idade. Praticamente impossível.
OC – Mas e a comichão...
GM – Ahhh... Juntou dois desses que não puderam ter a tal da experiência no exterior e deu no que deu. Oficialmente falando, começamos a botar a coisa pra andar já pouco antes da mudança pra Porto Alegre [2004].
OC – Vocês então já estavam com a cabeça feita que iriam pro Canadá desde então?
GM – Exato. A mudança pra Porto Alegre veio a calhar em vários sentidos, mas funcionou principalmente no econômico. O trabalho já ‘tava começando a faltar na minha consultoria e acabamos por guardar uma soma interessante pra reiniciar nossa vida fora do país. Você bem deve se lembrar das privações...
OC – [Risos.] Ô se lembro!
GM – Nada de renovar mobília, aluguéis caros e etc. Não era uma PRIVAÇÃÃÃÃÃO, se você me entende, mas deixamos de fazer bastante coisa mirando o grande passo. Levamos uma vida bem regrada para os padrões. Foi muito bom mesmo pra chegar aqui em uma situação confortável.
OC – Papelada, preparação, espera...
GM – Sim cara. Tudo isso foi deveras iniciado em 2005, mais ou menos pro fim do ano. Ficou tudo pronto no fim de 2006.
OC – Que conselho você dá pros que estão entrando nessa agora?
GM – Paciência. Muita!!! [Risos.] Muito óbvio o que vou falar, mas cada processo é diferente um do outro. Uns demoram mais, outros menos...
OC – Vocês deram sorte, né? 13-14 meses pra sair o visto?
GM – Por aí. Não digo “sorte”, porque só acho que era uma outra situação, outro ano, outras condições...
OC – Fiquei sabendo mesmo que eles deram uma apertada no processo, confere?
GM – Não sei te dizer dos detalhes. O que me contaram é que removeram algumas profissões daquela lista [NOC], acrescentaram outras. ‘Tamo aí no meio dessa revirada econômica e o nome do processo já diz tudo, né? “Skilled Worker”. Só estão adaptando pra falta atual de profissionais. Acho que é normal isso.
OC – Eu também. Não faz muito sentido favorecer profissões que realmente não precisam de gente no momento; só vai acabar deixando mais gente fora do mercado.
GM – Daqui a pouco melhora, pode esperar. Do mesmo jeito que desce, sobe. Vai é faltar gente pra tanta demanda em algum tempo.
OC – Já que a tocamos nessa de economia, como é que ‘tá a tua empresa [Creation Technologies]?
GM – Não vou te dizer que ‘tá invulnerável, muito pelo contrário. Os que sofreram a primeira porrada foram os temporários e aqueles que trabalham com contrato por hora. Claro que não foi todo mundo pra rua, mas cortaram umas cabeças.
OC – Infelizmente é isso que traz o benefício mais imediato...
GM – Sim, sim... Você pode ver que é a primeira coisa que acontece. Mas, enfim... No fim das contas estão dando alguns dias pra nós não-remunerados pra salvar uma grana. No meu ponto de vista é melhor que cortar salário, porque você nunca sabe se vão voltar com o teu valor depois que passar o furacão. E você acaba aproveitando esse dia pra fazer as suas coisas.
OC – ÔÔÔ!!! Não tenho dúvida nenhuma que é uma solução interessante...
GM – E o pessoal das plantas ‘tá fazendo isso já desde janeiro. Em algumas é uma vez por semana, outras uma a cada quinze dias.
OC – Esse seu atual emprego você teve que passar um bocado pra arrumar, não foi?
GM – É... Já vai pra quase 2 anos [outubro 2007].
OC – E a que você deve esse perrengue todo na época?
GM – Bom, uma série de fatores. Primeiro eu já havia sido entrevistado para uma mesma vaga por 4 pessoas; pensei que essa estaria no papo. Detalhe é que 2 destas entrevistas foram feitas ainda no Brasil. Nem precisa completar que não deu certo, né? [Risos.] Por causa dessa vaga, fiquei em “modo de espera” por uns 2-3 meses; isso já era começo de junho ou coisa parecida. Só aí fui participar daqueles cursos pra se arrumar emprego e ajustar então o meu currículo para as diversas facetas do mercado canadense. Segundo fator foi que comecei a busca no verão. [Risos.] Quem é que trabalha no verão por essas bandas? A maioria do pessoal deixa pra tirar férias nesse período – inclua na “maioria” os tomadores de decisões das empresas. O terceiro – e último, acho – é que a minha área na costa oeste é microscópica se compararmos com a costa leste. Seria como São Paulo e o resto do Brasil pra TI e correlatos.
OC – Mas você já estava ciente disso?
GM – Mais ou menos. Tinha certeza absoluta que a coisa se concentra em Toronto, mas não tinha idéia que do lado de Vancouver eram tão restritas minhas possibilidades.
OC – Mas porque então vocês não se pirulitaram pra Toronto? Digo, antes de virem pra cá e sabendo que é lá a mina...
GM – Olha, depois desse tempo todo sem emprego na área chegamos a cogitar várias mudanças, inclusive pra lá. Mas como já tínhamos uma experiência paulistana, digo, com relação à cidades enormes, resolvemos apostar nossas fichas em uma cidade menor, mas sossegada. Sei que Vancouver não é tão miudinha assim, mas é praticamente 3 vezes menor que Toronto. Apareceram na época também algumas coisas pra Calgary. Sim, sim, continuamos firmes na aposta.
OC – É um sinal que vocês se prepararam bem financeiramente pra suportar essa eventualidade...
GM – É. Como já mencionei antes, fizemos por onde e viemos preparados pra bastante tempo. Ahhh... Outra coisa que foi decisiva é que a Sílvia acabou arrumando um emprego legalzão logo com 3 meses de Canadá. Contra todas as estatísticas, eu que teoricamente teria uma certa facilidade por ser da área de informática, a patroa foi lá e abocanhou uma vaga até bem relacionada com a profissão dela [advogada] no Brasil.
OC – Muito bom, né? Deve ter sido um alívio absurdo pra vocês.
GM – Bota alívio nisso! Ela já havia garantido a nossa permanência. Foi bom demais pra ser verdade. Ela trabalhou como assistente jurídica em um escritório de imigração.
OC – E a Sílvia pensa em de repente voltar a assumir uma posição na área?
GM – Pensar ela pensa sim. Isso é assunto pra vários debates em casa. Antes de tudo é um desafio; o curso de Direito que ela tem só é reconhecido como um bacharelado “simples” no Canadá; o sistema deles é diferente. Você primeiro faz um curso comum a várias áreas que dura 4 anos pra aí então ingressar na faculdade de Direito, que são mais 3 anos.
OC – Então ela faria toda essa segunda parte do curso?
GM – Isso mesmo. 3 anos mais de banco de escola, mais 1 ano e pouco de estágios e coisas do gênero. Não é mole não, viu cara! Seria mais ou menos como um “Mestrado” mesmo. Por isso ela está ponderando bastante antes de encarar mais uma maratona desse naipe.
OC – Saindo um pouco desse papo de emprego, vamos a umas questões mais básicas. Qual seria o principal motivo que trouxe vocês pra fora do Brasil?
GM – [Risos.] Lá vem de novo... Espero que quem leia isso não morra de tédio. O principal motivo? Segurança cara. O que costumo dizer pra todo mundo é isso: segurança. Mas não somente aquela segurança relacionada ao dia-a-dia, da violência, mas como um conceito mesmo; segurança social no sentido mais amplo da coisa.
OC – Muitas das pessoas que fazem essa mudança tem como principal motivo é essa mesmo relacionada à violência... Vocês têm alguma má experiência nesse sentido e que poderia ter catalisado o processo?
GM – Te digo que graças a Deus nunca me aconteceu nada. Passei um ano no Rio de Janeiro, três em São Paulo, mas dois e pouco em Porto Alegre, pra citar cidades grandes e com altos índices de violência. A Sílvia foi assaltada em São Paulo uma vez sim, mas não foi dos mais traumatizantes comparando-se a outras coisas escabrosas que a gente escuta. Eu diria que não teríamos algo nesse sentido pra apontar. Só aquela tensão diária mesmo que leva a gente a viver em redomas no Brasil.
OC – O que você apontaria como principal diferença entre Canadá e Brasil nesse sentido?
GM – Fica muito difícil apontar uma só... Como principal... Hmmm... Relacionando à questão anterior, no Canadá não acontecem muitos crimes contra as pessoas, sabe, estilo assalto à mão armada, ou o sujeito te abordando no sinal de trânsito... É claro que tem um ou outro caso, mas quando se fala de crime aqui, pense em gente dando cano em banco ou o viciado em drogas entrando em uma casa quando não tem gente dentro pra roubar um aparelho de DVD pra matar uma pedrinha de crack mais tarde. Ahhh! E tem também roubo de carro praticamente pelos mesmos motivos.
OC – Simplesmente não dá pra comparar...
GM – É até covardia! E o detalhe é que Vancouver é a cidade mais violenta do país!!! [Risos.] No começo desse ano [2009] ‘tava rolando uma guerrinha de gangues, então rolaram algumas execuções, coisa encomendada mesmo. Droga cara! Esse eu acho que é o maior mal desse lugar; é gente usando, traficando, coisa pesada. Em 2007 eles enjaularam um sujeito que tinha um esquema monstro de lavagem de dinheiro e tráfico internacional. Vancouver servia de lavanderia pra coisa que vinha da Austrália e da China. Daí você tira suas conclusões sobre mercado imobiliário, por exemplo.
OC – É... Essa lavanderia acaba inflacionando esse tipo de coisa.
GM – Nem me fale. É claro que esse não é o principal fator, mas que ajuda, ajuda!
OC – E uma diferença agora nem tanto relacionada à violência?
GM – O Canadá tem uma camada de classe média real muito grande. Existem os ricões? Sempre! Existe pobreza? Também. Mas o que não existe é a miséria. Essa sim é a que corrói nosso Brasilzão. O “pobre” canadense é o gajo que tem um carrinho velho, mora afastado e não viaja nas férias todos os anos. Você deve ter notado a quantidade de sem-teto que temos em Vancouver, né?
OC – Vi sim, nossa. ‘Tá muito escancarado e a gente não imagina encontrar coisa desse tipo em país dito de primeiro mundo.
GM – É cara... Esses aí são as exceções das exceções! A maioria ‘tá ali por problema mental, problema com droga ou por problema mental causado por droga. Boa parte deles vive do “welfare” [mesada do sistema previdenciário]. Seriam classificados como miseráveis? Talvez sim, mas miserável no Brasil tem bem menos chances que esses daqui. E em termos de números não dá pra comparar. E já que você mencionou “esse tipo de coisa em país de primeiro mundo”, o problema é ainda mais cabeludo nos Estados Unidos. Vi um filme um dia desses chamado “O Solista” (depois você coloca o endereço do IMDb, por favor) que ilustra bem esse problema. Só em Los Angeles existem 90.000 pessoas morando nas ruas.
OC – UAU! E a gente achando que isso é “privilégio” de países pobres...
GM – Esse tipo de coisa eles não noticiam, mas ‘tá lá a ferida aberta pra quem quiser ver.
OC – Acho que um dos maiores “medos” do pessoal em geral, especialmente os brasileiros com que conversei é o medo do frio. O que você me diz?
GM – Eita... Esse é mesmo. Absolutamente TODO MUNDO pergunta a respeito dessa. Só que dessa vez eu vou te sacanear e pedir mais uma vez que você inclua o endereço da postagem que fala disso pra eu não ficar chovendo no molhado.
OC – ‘Tá bom então. [Risos.] ‘Tá aqui, ó. Passando pra outra das básicas: vocês sofrem algum tipo de preconceito?
GM – E você chama isso de básico? [Risos.] Não digo preconceito naquela acepção mais terrível da palavra, mas eu diria que existe um “tratamento diferenciado” de certas pessoas.
OC – Mas isso não é preconceito?
GM – Pelo menos pra nós é uma coisa mais leve, nada de escalas abruptas de isolamento ou até mesmo gente evitando a gente. Isso que te falo é mais de observação em algumas atitudes, olhares, jeitos de se dirigir às pessoas... Eu só acho uma sacanagem é que existem poucos canadenses natos que sejam de 3, 4, 5 gerações genuinamente “nativos”. O país é muito, mas muito jovem mesmo. O Brasil devia ser assim na primeira metade do século 20, quando aportaram muitas levas de imigrantes. Imagina só o brasileiro daquela época lidando com pessoas diferentes, que provavelmente nem sabiam que se falava português no seu destino. Estamos falando de um caso bem diferente, é verdade, mas ainda tem muitos que chegam e inglês que é bom, nada.
OC – Mas você também não acha que isso é um pouco de culpa do próprio imigrante?
GM – Não tenho dúvidas disso! Não digo “culpa”, mas sim falta de interesse. Imagina você chegando em um lugar novo, coisas novas, língua nova, costumes novos, enfim, uma novidade completa; é um tremendo desperdício você não fazer parte disso! Abandonar suas tradições? Nada disso, mas sim absorver e procurar fazer parte. Pega um caso: imagina só um albanês imigrando pra Finlândia... Se o cara não se envolver pra pelo menos aprender o idioma, você acha que o nível de frustração dele depois de um tempo vai ser de que tamanho?
OC – É óbvio que você pegou um caso extremo, mas eu concordo contigo.
GM – Não diria extremo, mas possível. [Risos.] Aprender a língua sim é de extrema importância.
OC – Mas tem aquele caso também que o país já tem uma comunidade bem instalada da nacionalidade do seu “albanês”...
GM – É aí que eu verifico o total desperdício da experiência. O albanês chega na comunidade dele e ali fica; não quer saber do finlandês, não quer falar a língua... Aí acho que entra um pouco daquela veia preconceituosa com uma pitada de desconfiança dos finlandeses. “Porque é que o cara que vem pra minha casa não quer nem fazer de conta que esse país é diferente?” A minha opinião é que isso gera tensões desnecessárias e guetos. Claro que é legal ir no bairro italiano, no festival grego, na semana hindu. O que não deve acontecer é o isolamento desse pessoal do “resto” da comunidade. Como disse uma amiga blogueira uma vez, tem imigrante que adota o Canadá como uma versão do seu próprio país melhorada. Não dá. É outra coisa.
OC – Falando em imigrante, vocês têm consciência que os filhos vão perder a brasilidade que vocês trouxeram?
GM – O pior é que sim. Ou o melhor, sei lá. [Risos.] Tenho certeza que vamos nos empenhar ao máximo pra pelo menos preservar o português em casa; na escola já é certo que inglês, francês e/ou mandarim vai ser o cotidiano deles. Pelo menos em casa a língua oficial vai ser a do Brasil.
OC – Mas eu digo “brasilidade” como esse conjuntão de coisas que temos na nossa veia verde-amarela: comida, futebol, música...
GM – Acho que é nosso dever cívico apresentar tudo isso pros bacuris. [Risos.] Agora, se eles vão gostar, seguir ou passar pra frente só vai depender deles mesmo. Tem aquela “regrinha” mais ou menos delineada pra três gerações: os primeiros chegam do país, com toda essa carga do país natal muito entranhada; os filhos vão pelo menos falar a língua e os netos vão só ficar sabendo que os avós eram imigrantes e falavam esquisito. [Risos.]
OC – Você mencionou o francês, mas pelo visto desse lado aqui francês é só pra enfeite, né?
GM – O Canadá ‘tá beeeeeeeeeeeeem longe de ser bilíngue. Esse papo só se aplica à província de New Brunswick. Ouvi falar que lá é 50/50. De resto, francês é no Quebec e fora de lá só nos letreiros das repartições públicas federais. Muito mais gente falando cantonês e mandarim que qualquer outra língua.
OC – Vocês pretendem adotar o “trilinguismo” em casa?
GM – Já estamos investindo nisso. Somos tarados pelo assunto idiomas; começamos nas aulas de francês por puro prazer mesmo. Se isso for revertido pra alguma aplicação prática, ótimo. Se não, estamos criando várias novas ligações nos miolos com mais um idioma. [Risos.]
OC – O meu “em casa” era mais direcionado pros bacuris... [Risos.]
GM – Ahhhh ‘tá... Desculpe. [Risos.] Temos essa ideia de colocar a molecada nas escolas bilíngues sim. Imagina só, três idiomas assim de mão beijada? Já pesquisamos a respeito e ficamos sabendo que pelo visto pelo menos um dos pais tem que falar o troço fluentemente.
OC – Mais um motivo então pra agarrar essas aulas pelo chifre!
GM – Isso, isso... Acho que no nosso caso essa vai ser a “aplicação prática” a que me referi. O bom de criança é isso: eles vão lá e falam, misturando tudo, do jeito deles. A gente é que cria um monte de barreiras e fica cheio de vergonha pra soltar o verbo. Quando eles crescerem, ou vão arrancar os cabelos por isso ou vão até correr atrás de uma quarta língua.
OC – Tem que apostar mesmo. Excelente oportunidade! Podem até virar funcionários públicos federais canadenses.
GM – Com todas as benesses possíveis, se Deus quiser.
OC – Vocês fizeram amigos?
GM – Olha cara, acho que fizemos sim alguns bons amigos. Pessoas que estão na mesma situação de imigrante recém-chegado principalmente.
OC – Brasileiros inclusive?
GM – Sim. Temos bons amigos brasileiros. Nada como compartilhar as maravilhas disso aqui na nossa língua. Parece que não, mas faz falta. Tem dia que o inglês insiste em travar, uma beleza!
OC – Algumas dificuldades que você lembre?
GM – Mais uma vez fomos muito felizes nesse quesito. Estávamos preparados, só faltava jogar na fogueira mesmo. Que eu me lembre, a minha principal dificuldade era o telefone... Putz!!! Tem os termos, as formalidades, os sotaques... Um ou outro filme eu ainda perdia umas frases, mas nada que comprometesse o entendimento do todo.
OC – Quais os sotaques que você apanha ou apanhava?
GM – Australiano, do pessoal do sul dos Estados Unidos, um escocês daqueles bem carregados... Esses eu ainda apanho de montão.
OC – Então no geral vocês se sentem bem confortáveis?
GM – Claro que tem vezes que dá um branco e tem que dar uma volta pra achar um termo, uma frase específica... O que pega agora são os detalhes. Coisas como reações do corpo, pequenos sintomas. Por exemplo, como é que você chega pro médico e diz que “’tá dando uma pontada” ou “’tô sentindo uma fisgadinha”? [Risos.] Certa feita eu fui no supermercado pra procurar batata palha... “É assim, é assado... Pequena, fininha...” [Risos.] Tem hora que a mímica resolve a coisa facilmente. Acho que é até por isso que tinha uma certa dificuldade ao telefone. Já a Sílvia sempre deu baile no inglês. Ela é bem mais desenvolta.
OC – Depois desses dois anos houve uma melhora perceptível?
GM – Nossa!!! Isso foi muito fácil de comprovar. Só de destravar a língua e o ouvido já é um passo gigantesco. Sinto que meu inglês não tem evoluído muito, mas acho que é o pouco contato com pessoas que o tenham como primeiro idioma. Quando você conversa a maioria do tempo só com imigrantes, não aparece tanto desafio, tanta palavra nova. Bom, pelo menos pra mim não. E nem é metideza, é só uma comprovação mesmo. [Risos.]
OC – Resumindo a conversa então, dois anos e qualquer coisa que estão valendo muito a pena?
GM – 100% positivo! Está valendo muito a pena sim. É uma vida muito tranquila. Eu diria com quase zero preocupações com aquelas coisas que infelizmente temos no Brasil. Coisas pequenas como poder andar de carro com os vidros abertos, chegar em casa sem ficar naquela paranóia, saber que o hospital que você usa é exatamente o mesmo que o cara mais pobre e o mais rico usam. Isso é bom demais pra ser verdade. Isso é o verdadeiro socialismo! [Risos.]
OC – Xiii... Lá vem política! [Risos.]
GM – Não, não... Só zoeira mesmo. Eu soltei essa pra um eslovaco uma vez e ele já mandou um “não, não, não... Você não faz ideia do que é socialismo”. [Risos.] Como conceito é bonito de ver, mas a aplicação dele não foi das mais felizes.
OC – Antes então que a conversa tome outros rumos, gostaria de agradecer pelo seu tempo e por ter recebido nossa equipe com toda disposição.
GM – Não foi nada. Eu é que agradeço pela oportunidade. Espero que o blog volte a funcionar como se deve. Vocês demoram tempo demais pra atualizar aquele troço...
OC – Prometo melhorar! Sempre tem uma promessa...
GM – Verdade. Que coisa feia! [Risos.]
OC – Fechando, você aconselharia as pessoas a virem pro Canadá? O que você diria àqueles que estão balançando se entram com o processo de imigração ou não?
GM – Minha resposta é SIM! Venham. Mas venham com vontade de se integrarem, de abrirem a mente pra outros mundos, situações, pessoas, culturas... Dificuldades todo mundo tem em maior ou menor grau. O que pra mim foi complicado, pra outros pode ser fichinha e vice-versa. Você vai ser testado o tempo todo, se deparar com outros pontos de vista que você nem imaginaria que existiam. Como já disse antes, é nascer de novo. Você vai chegar no supermercado e não vai saber quanto em gramas pesa uma onça ou como se diz quiabo em inglês! [Risos.] Seu cérebro vai agradecer pela injeção de grandes novidades. Não diria que exatamente agora é um momento perfeito pra uma mudança por causa dessa economia, mas podem ter certeza que assim que quando começar a curva ascendente vai é faltar gente qualificada pra fazer a roda girar normalmente outra vez. Então, assim que passarem aqueles primeiros meses, talvez até anos, de complicações e adaptação, aí é só se lambuzar. É claro que tem o preço de se largar os familiares e amigos no Verdelindo. Mas sempre tem a internet, a webcam e o telefone pra matar a saudade.
Em tempo, “quiabo” em inglês é “okra”. :-)
Abraços!
quinta-feira, 7 de maio de 2009
A Semana do Carcaju
Oi! Que escassez de posts, hein? Até tinha me empolgado um dia desses, mas aí volta aquela coisa do deixa que eu deixo. A boa e velha. :-P

Essa última sexta-feira estreou um dos filmes mais esperados desse 2009, sobre talvez o canadense mais querido do planeta, mais famoso talvez até que a Celine Dion ou que o Michael J. Fox. :-)
O cara nasceu em Alberta já faz um tempinho e saiu por aí defendendo o dele e o do exército do Tio Sam em várias ocasiões. Não vou ficar entregando o filme, mas uma cena que deixou a audiência local toda inchada foi quando Stryker (ex-comandante) resolve pedir uma ajuda e diz pra ele que essa era a melhor forma de defender o país. Dispensando o gajo, fumando o típico charutão, soltou um bom e sonoro:
"I'm Canadian."
Rererererere... Mandou bem o Wolvie.
Uma pena que o filme parou no excesso de expectativa. Talvez seja esse o maior problema. Quem assistiu a "X-Men" e "X-Men 2" vai entender... Não 'tô dizendo que é um filme ruim, mas não passou de um bom filme de ação, longe daqueles 2 primeiros atos dos mutantes no cinema. Tentaram maximizar a quantidade de aparições pra talvez pescar uma ou outra continuação, mas na minha opinião não andou. Já lançaram a idéia de um filme solo do Deadpool. Vamo vê no que dá.
Pra mim foi um desperdício de um excelente personagem e história. O cara compete em popularidade com o Homem-Aranha, o que não é pouca coisa no mundinho da Marvel. Será que não merecia algo com mais "sustança"? Hugh Jackman 'tá impecável, caracterizando com muita fineza o figura, como já vinha fazendo, mas que poderia ter uma veia mais seca, mais instintiva, mais parecida com a do quadrinho isso poderia. Lá no papel quando o bicho range os dentes, sai de baixo. Faltou mais essa pimentinha na película. Tem que manter a bendita censura baixa... Que saco!

Podem ir ver sim. Escrevi e repito: é um bom filme de ação! Eu mesmo dei um 8/10. O Dentes-de-Sabre finalmente não foi retratado como um ser quase mudo e meio abestalhado; aliás mandou muito bem mesmo o Liev Schreiber, ator dos mais subestimados, mas que tem um cartaz dos melhores com o escrevente aqui.
"Wolverine" é um bicho com o nome estranhamente traduzido pra "carcaju" em português. Ele é célebre por ser mais ou menos do tamanho de um labrador e dar piau em animais muito maiores que ele. 'Tava lendo aqui que existem relatos do trocinho (não quero encontrar um, talvez só no zoológico) encarando até urso. E o pior é que é até bonitinho o danado. Rererererere... Mas ainda assim não quero encarar um!
Endereço do filme no IMDb - "X-Men Origins: Wolverine"
Pra saber mais do carcaju - Hinterland
A foto lá de cima eu tirei daqui - California Academy of Sciences
Ahhh... E falando em cena, nem precisa comentar os comentários e suspiros do público feminino. AFFF!!! Nem tinha a Jean Gray ou a Mística pra contrabalancear. :-(
Abraços!

Essa última sexta-feira estreou um dos filmes mais esperados desse 2009, sobre talvez o canadense mais querido do planeta, mais famoso talvez até que a Celine Dion ou que o Michael J. Fox. :-)
O cara nasceu em Alberta já faz um tempinho e saiu por aí defendendo o dele e o do exército do Tio Sam em várias ocasiões. Não vou ficar entregando o filme, mas uma cena que deixou a audiência local toda inchada foi quando Stryker (ex-comandante) resolve pedir uma ajuda e diz pra ele que essa era a melhor forma de defender o país. Dispensando o gajo, fumando o típico charutão, soltou um bom e sonoro:
"I'm Canadian."
Rererererere... Mandou bem o Wolvie.
Uma pena que o filme parou no excesso de expectativa. Talvez seja esse o maior problema. Quem assistiu a "X-Men" e "X-Men 2" vai entender... Não 'tô dizendo que é um filme ruim, mas não passou de um bom filme de ação, longe daqueles 2 primeiros atos dos mutantes no cinema. Tentaram maximizar a quantidade de aparições pra talvez pescar uma ou outra continuação, mas na minha opinião não andou. Já lançaram a idéia de um filme solo do Deadpool. Vamo vê no que dá.
Pra mim foi um desperdício de um excelente personagem e história. O cara compete em popularidade com o Homem-Aranha, o que não é pouca coisa no mundinho da Marvel. Será que não merecia algo com mais "sustança"? Hugh Jackman 'tá impecável, caracterizando com muita fineza o figura, como já vinha fazendo, mas que poderia ter uma veia mais seca, mais instintiva, mais parecida com a do quadrinho isso poderia. Lá no papel quando o bicho range os dentes, sai de baixo. Faltou mais essa pimentinha na película. Tem que manter a bendita censura baixa... Que saco!

Podem ir ver sim. Escrevi e repito: é um bom filme de ação! Eu mesmo dei um 8/10. O Dentes-de-Sabre finalmente não foi retratado como um ser quase mudo e meio abestalhado; aliás mandou muito bem mesmo o Liev Schreiber, ator dos mais subestimados, mas que tem um cartaz dos melhores com o escrevente aqui.
"Wolverine" é um bicho com o nome estranhamente traduzido pra "carcaju" em português. Ele é célebre por ser mais ou menos do tamanho de um labrador e dar piau em animais muito maiores que ele. 'Tava lendo aqui que existem relatos do trocinho (não quero encontrar um, talvez só no zoológico) encarando até urso. E o pior é que é até bonitinho o danado. Rererererere... Mas ainda assim não quero encarar um!
Endereço do filme no IMDb - "X-Men Origins: Wolverine"
Pra saber mais do carcaju - Hinterland
A foto lá de cima eu tirei daqui - California Academy of Sciences
Ahhh... E falando em cena, nem precisa comentar os comentários e suspiros do público feminino. AFFF!!! Nem tinha a Jean Gray ou a Mística pra contrabalancear. :-(
Abraços!
Assinar:
Postagens (Atom)