Voltei!

Oi pessoal, após uma longa ausência resolvi voltar para o meu post querido, antes que vocês esqueçam de mim. hehehe

Bom, meu marido lindo está fazendo as vezes de dar as notícias da cidade, as nossas impressões e fotos a respeito. O que é MUITO bom e muito Gleydson. hehehe... Meu trabalho aqui é mais emocional, pelo menos para mim é.

Nestes tempos de sumiço eu estava aprendendo várias coisas sobre as diferentes possibilidades que me aguardam neste país novo. Para os colegas de profissão (advogados, porque publicidade foi apenas e tão somente uma passagem universitária) digo pra vocês que as coisas aqui são bem complicadas para nós que viemos de um sistema de direito civil.

Existem várias possibilidades de profissões correlatas ao direito aqui, coisas que no Brasil não existem. Mas as mais interessantes, pelo menos na minha humilde opinião, exigem pelo menos dois anos de estudos.

Aí então começa outro dilema: se para se tornar um advogado aqui, devido às diferenças entre os sistemas, temos que voltar pra universidade e fazer o curso todo de novo, diga-se três anos; eu não vejo muito sentido em fazer um curso de dois anos para se tornar um "paralegal" ou um "legal secretary". Detalhe é que para fazer estes cursos existem pré-requisitos, quais sejam: mesma pontuação no TOEFL da universidade; um ano de experiência (canadense) em escritório de advocacia; ou, curso de auxiliar administrativo com ênfase em ambiente jurídico (mais um ano).

Logo, eu optei por me preparar para voltar para a universidade, fazer o curso todo novamente, e ser uma advogada aqui, o tempo e o dinheiro investidos serão bem próximos ao investido em uma carreira jurídica auxiliar.

Outro obstáculo que estou enfrentando é com relação ao idioma. Embora, sem falsa modéstia, eu seja considerada fluente pelos canadenses, para trabalhar na área jurídica eles dão preferência à nativos. Apesar de isto não ser agradável para mim, não posso dizer que não entendo o lado deles. Seria o mesmo que empregarmos no nosso escritório no Brasil um gringo pra atenter os nossos telefonemas. Por mais que a pessoa fale bem o português, sempre vai ter aquele sotaquezinho. Mas, sinceramente, imaginei que aqui podesse ser diferente por se tratar de um país de imigrantes.

De vez em quando a gente se depara com pessoas que nos colocam super pra baixo, ou seja, estraga-prazer existe em todas as nacionalidades. Mas também tem dias que tu escutas uma palavra amiga do lugar menos esperado... Isto é muito legal, nestas horas eu penso: vale a pena!

Eu leio muitos blogs em que as pessoas estão passando por situações semelhantes, as vezes eles me fazem bem e as vezes me fazem mal, por isto eu demoro tanto tempo pra escrever aqui. Talvez, alguém aí no Brasil que esteja pensando em vir pra cá pode se sentir desanimado por algo que eu tenha escrito em um dia mais baixo astral. Mas gente, adaptação é adaptação, todos nós temos nossos altos e baixos. Já mudei algumas vezes no Brasil e estas fases de incertezas, dúvidas e até um pouco de desespero são comuns e é preciso vivê-las plenamente para que elas passem rápido e de vez.

Este é o momento que estou agora. Pra mim é a hora de repensar, de jogar a @#@!%$ no ventilador e ver que fim leva. Estou disposta a voltar pra facul, mas isto não depende só de mim, depende de ser aceita pela universidade também, e isto não está em minhas mãos.

Quanto o que fazer neste meio tempo de espera e preparação? Só o Papai do Céu pra me dar uma resposta agora. A esperança cresce na proporção do desespero hehehe... Alguns dias um se sobrepõe ao outro, mas nunca se anulam completamente.

Beijos, a todos os nossos 4 leitores (imitando meu marido lindo). Espero não ter desestimulado ninguém, mas como já falei antes, este espaço foi criado pra atualizar os amigos sobre o que está se passando, e agora é assim que as coisas estão.

Ah! Antes que eu me esqueça! Estamos fazendo aniversário de 3 meses de Vancouver hehehe

Até a próxima,
Sílvia.